A Cetesb confirmou que o mau cheiro, sentido em toda a região central de São Sebastião, na madrugada do dia 6 de novembro, teve origem no píer sul do terminal da Transpetro. Na ocasião era realizada uma operação, entre navios petroleiros, de transferência de produtos à base de compostos orgânicos voláteis (COVs).
Procurada pelo Nova Imprensa nesta quinta-feira (2), a Cetesb informou ter multado a Petrobras em R$ 262 mil.
O Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro), em nota publicada no site da entidade, relatou que o vazamento de gás acionou o sistema de alarme, mas que “o responsável pela operação ordenou apenas a redução da vazão”. Segundo o Sindipetro, o procedimento correto, recomendado por normas de segurança, seria a interrupção.
Mau cheiro
A nota da entidade detalhou o que teria ocorrido naquele dia: “A manutenção da operação, que emanou gases tóxicos e cancerígenos, além de expor os trabalhadores a uma nuvem desses gases, provavelmente fez com que uma pluma gigantesca desses vapores se formasse sobre o píer, espalhando-se pela cidade lentamente, pois esses gases são relativamente pesados e se alojam em camadas baixas, o que causou o mau cheiro sobre os bairros próximos”.
O Sindipetro afirma que “se a Transpetro seguisse os rigorosos procedimentos de controle operacional, como alega a empresa, esse tipo de desvio não aconteceria com tanta frequência”.
A reportagem fez contato com a Transpetro, nesta quinta, que prometeu responder “em breve”. Já a Prefeitura de São Sebastião permanece sem se manifestar a respeito do caso.
A operação denominada “Ship-To-Ship” consiste na transferência de petróleo por meio de mangueiras entre dois navios atracados. São Sebastião começou a ter operações desse tipo em 2017. Na época o prefeito Felipe Augusto declarou que é uma operação segura, sem riscos ambientais, e que aumenta a arrecadação do município.