Moradores da região da Praia do Capricórnio e Lagoa Azul, na Costa Norte de Caraguatatuba, procuraram o Nova Imprensa na manhã desta quinta-feira (2) e denunciaram que há alguns dias têm presenciado redes de pesca muito perto da areia.
“Hoje os pescadores deixaram a rede na direção da Rua 6 do Capricórnio”, informou o morador na denúncia, “depois seguiram para o parcel e ficaram um tempo lá. Há um mês venho presenciando isso e percebi que eles vão mudando de ponto. E é sempre por volta das 5h da manhã. Só vão buscar no fim de tarde”.
O morador pontuou o risco da rede a menos de três metros da areia: “É o maior perigo porque a rede fica submersa e aqui temos pessoas que praticam natação, quando tem onda tem surfista”.
A partir das denúncias, a Polícia Marítima de São Paulo, esteve no local e apreendeu a rede.
A rede, de 180 metros de comprimento e 3 metros de altura, com malha de 170 milímetros, não possuía nenhuma identificação do pescador responsável, contrariando a legislação pesqueira vigente, tornando-a também um petrecho de pesca não permitido.
“A equipe recolheu a rede e devolveu várias espécies da fauna marinha, ainda vivas, ao seu habitat natural. A intenção é a preservação dos recursos pesqueiros para a presente e futuras gerações”, informou o Soldado PM Hailand, da Comunicação Social da Polícia Marítima.
Perigo das redes
As equipes flagram redes de pesca, oriundas da pesca ilegal, assim como redes proibidas, irregulares, armadas em locais proibidos e envolvidas em crimes ambientais nas águas de todo Litoral, segundo Hailand.
“Algumas redes, como as de emalhe de fundo e de superfície, são armadas em berçários naturais de espécies marinhas que acabam morrendo por não conseguirem emergir para respirar, como é o caso das tartarugas marinhas, toninhas e outros”, explicou.
Outras redes colocavam em risco a segurança da navegação, como nos Canais do Porto de Santos e São Sebastião por exemplo. E ainda, outras armadas próximo as praias, colocavam em risco os banhistas e praticantes de esporte aquático, “é o caso desta rede de emalhe recolhida agora pouco próximo a arrebentação da Praia do Capricórnio”, concluiu.