As obras de 518 unidades habitacionais para vítimas da catástrofe de São Sebastião começaram no bairro Baleia Verde, nesta quarta-feira (21). A previsão é que o primeiro edifício seja entregue em outubro e o total em dezembro deste ano.
A confirmação foi feita pelo governo do Estado de São Paulo. O modelo de casas pré-moldadas usado na construção deve servir de base para outros programas habitacionais do Estado. O sistema tecnológico conhecido como ‘wood frame’ permite edificar empreendimentos de forma rápida, ecológica e de maneira industrial.
As moradias são feitas em duas fases. A primeira foi iniciada em março com obras de infraestrutura. Agora, serão executadas as edificações pela empresa Tecverde.
O sócio fundador da empresa, José Márcio Fernandes, explica que a construtora emprega um sistema composto por perfis de madeira que, em conjunto com placas estruturais, formam painéis altamente resistentes. Os módulos saem prontos da fábrica, já com acabamento e instalações elétricas e hidráulicas, o que agiliza a construção.
O conjunto será composto por 30 prédios construídos em uma área de quase 40 mil m², sendo quatro andares cada um e quatro apartamentos por andar, além de 20 casas térreas, sendo 18 unidades adaptadas para pessoas com deficiência e idosos e quatro centros de apoio ao condomínio. Os imóveis terão dois dormitórios, sala, cozinha e banheiro, em 41 m2 de área útil.
O secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Marcelo Branco, esteve no local para acompanhar a colocação da primeira parede. No local onde serão levantadas as unidades habitacionais, a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), responsável pela obra, já fez o aterro com cerca de 1,70 metro para garantir o sistema de drenagem no bairro. “Até o final de semana devemos levantar um edifício inteiro, entregá-lo para a população e todo o complexo estará pronto até dezembro”, afirmou o secretário.
Junto com o Estado, a Prefeitura de São Sebastião está trabalhando para levar mais infraestrutura para o bairro e atender as vítimas. Conforme o secretário de Obras, Luis Eduardo Araújo, já tiveram início os projetos para levar a macrodrenagem e pavimentação para a Baleia Verde, assim como está em andamento o processo de regularização fundiária.
“O prefeito Felipe Augusto também estuda a possibilidade de implantar uma creche aqui no bairro para atender as crianças que virão para cá após a conclusão das obras”, antecipou ele.
Emprego para vítimas
A obra também tem a missão de contribuir para a vida profissional de pessoas que sofreram com o evento de 19 de fevereiro. Caso de Vicente Paulo da Silva Oliveira, 48 anos, que perdeu sua casa no bairro Itatinga, na região central e, atualmente, vive na Vila de Passagem construída no bairro Topolândia.
“Estou muito feliz porque consegui emprego para esta fase da obra que vai ser minha futura moradia”, conta ele que levou seu currículo no Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT) e duas semanas depois foi chamado para trabalhar na construtora.