A Polícia Civil de Caraguatatuba, sob a chefia do delegado Rodolfo Augusto, desvendou a autoria de um crime de feminicídio e transfobia ocorrido em janeiro, em Caraguatatuba. A vítima, uma mulher transexual chamada Bruna Trindade, foi morta por A.P.M.O., com quem mantinha um relacionamento.
O crime de feminicídio e transfobia
O corpo da mulher de 39 anos foi encontrado no canteiro da Alameda Francisco de Assis Rosa Silva, no Porto Novo, região sul de Caraguatatuba, na manhã do dia 12 de janeiro. Segundo o boletim de ocorrência, a vítima apresentava sinais de espancamento, com dentes quebrados e ferimentos na cabeça e supercílios. (leia aqui)
Os investigadores lideraram diversas diligências em busca de provas que levassem ao autor do crime, ouvindo testemunhas , analisando imagens e periciando locais, bem como o corpo da vítima.
Várias versões
Em um primeiro depoimento, o ex companheiro de Bruna negou qualquer participação. Ele disse que ela possuía inimigos nas cidades de Taubaté e Caraguatatuba. Além disso, A. justificou que não estranhou a ausência da vítima em casa na manhã do crime, uma vez que o casal vivia um relacionamento aberto.
Para a o delegado Rodolfo Augusto, ele estava ocultando a verdade. Por isso, houve um pedido judicial de quebra de sigilo telemático, onde a Polícia Civil encontrou novas provas. Chamava atenção a frieza e o comportamento sarcástico em conversas.
Expediu-se então o pedido de prisão temporária. Ouvido pelo delegado e confrontado pelas provas, A. finalmente confessou o crime.
Inicialmente, ele disse que Bruna ameaçava de morte a ele e sua família. Depois, mudou de versão, dizendo que a vítima queria dinheiro e, por isso, o casal discutiu na rua por volta das 2h da madrugada.
Então, durante a discussão A. deu um mata leão em Bruna e após asfixiá-la, ainda golpeou seu rosto com uma pedra. Ele confessou também que praticou o crime sozinho.
A conclusão da polícia é que o homem escondia o relacionamento de sua ex-esposa, que mora em Ubatuba, e com quem tem uma filha pequena.
O criminoso foi preso em Taubaté e transferido para Caraguatatuba, onde aguarda julgamento pelo crime de feminicídio e transfobia.