PM apura interferência de comandante em caso de agressão do prefeito

Um inquérito policial foi instaurado para apurar a denúncia de interferência do comandante da Polícia Militar em São Sebastião, num boletim de ocorrência que envolve o prefeito Felipe Augusto. O caso aconteceu na madrugada de 4 de março, quando policiais foram chamados à casa onde estava a advogada Raquel Mendes, mãe do filho do prefeito. Ela relatou ter sido agredida e ameaçada por Felipe.

Dias depois, o Ministério Público recebeu uma denúncia anônima, de alguém que alegava temer pela própria vida e dizia ser um dos policiais que atenderam a ocorrência. Ele contou que “a vítima estava com lesões por todo o corpo”, e que exigiu o registro do boletim pela PM “para se resguardar, até que pudesse, na manhã seguinte, comparecer à delegacia”.

Segundo o denunciante, o capitão Fabricio Paluri teria ligado para um policial, identificado como sargento Claudemir, determinando que não constasse dados do prefeito no boletim. “Como nos negamos a cumprir tal determinação, pois era ordem ilegal, o próprio sargento Claudemir, após pressão do seu comandante, temendo perseguição, apagou os dados que identificavam o prefeito como autor das agressões”, afirma o denunciante.

Ele acrescenta que, devido à repercussão do caso, os policiais foram cobrados pelo “alto comando da PM” sobre o motivo de não ter dados do prefeito no B.O. “Temos recebido pressão do capitão Paluri e sua administração para ficarmos calado, pois ele entende a gravidade das ordens que deu, mas não vai assumir a responsabilidade. Não é a primeira vez que ele faz isso, protegendo o prefeito”, reforça outro trecho da denúncia, que cita também a relação da esposa do comandante com Felipe, uma vez que ela é nomeada em cargo de confiança na Secretaria de Saúde.

E continua: “Sabemos que no batalhão, na sede em Caraguatatuba, já tem investigação a respeito. Mas tememos que nós, praças, é que vamos, como sempre, sermos punidos”.

Procurada pelo Nova Imprensa, a assessoria de imprensa da PM confirmou, na tarde desta segunda-feira (26), que foi instaurado um inquérito civil no vigésimo batalhão, e que as apurações seguem em sigilo”. O inquérito está a cargo do tenente-coronel Silva Andrade.

Depois da confirmação, a reportagem procurou também o capitão Paluri, mas ele não quis falar sobre o caso.

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