A Prefeitura de São Sebastião confirmou, nesta quarta-feira (10), o primeiro caso de varíola dos macacos em um morador do município, na faixa dos 30 anos. O paciente procurou a unidade de saúde com sintomas característicos da doença, foi coletado exame e enviado ao Instituto Adolf Lutz.
A equipe orientou o paciente a permanecer em isolamento e realizou busca ativa dos das pessoas que tiveram contato com ele para orientação sobre o que fazer caso apareça algum sintoma.
Esse é o segundo caso confirmado na região. Nesta terça (9), Ubatuba fez o primeiro registro do vírus em um homem na faixa dos 20 anos de idade, morador da cidade. Ele buscou por atendimento no dia 1º de agosto e fez o exame, que comprovou o diagnóstico. O paciente passou por avaliação médica e não precisou de internação. Ele segue em isolamento social em sua residência, com acompanhamento das equipes de saúde da cidade.
A Vigilância Epidemiológica alerta que, em caso de suspeita, o paciente procure o serviço de saúde para avaliação e conduta médica. Diante de suspeita clínica, receberá o devido isolamento e coleta de material para o diagnóstico.
O órgão alerta também que é importante observar o histórico de viagem para país endêmico ou com casos confirmados de monkeypox nos 21 dias anteriores ao início dos sintomas, contato íntimo com desconhecidos e/ou parceiros casuais, ou, ainda, vínculo epidemiológico com caso suspeito, provável ou confirmado da doença.
Varíola dos macacos
A OMS (Organização Mundial da Saúde) decretou em julho que a varíola dos macacos é uma emergência sanitária global. Com mais de 16 mil casos em 75 países, a doença provocou pelo menos cinco mortes.
O Brasil já confirmou 2.140 casos, de acordo com balanço divulgado pelo Ministério da Saúde. O estado de São Paulo predomina a lista com 1.582 diagnósticos positivos, o que representa mais da metade dos pacientes, seguido do Rio de Janeiro, com 238 confirmações. Até o momento, 20 estados e o Distrito Federal já contam com registros da doença.
A varíola dos macacos é uma doença transmitida pelo vírus monkeypox, com sintomas muito semelhantes aos observados em pacientes com varíola, embora seja clinicamente menos grave. O período de incubação é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias.
O nome monkeypox se origina da descoberta inicial do vírus em macacos em um laboratório dinamarquês em 1958. O primeiro caso humano foi identificado em uma criança na República Democrática do Congo em 1970. Atualmente, segundo a OMS esclareceu, a maioria dos animais suscetíveis a este tipo de varíola são roedores, como ratos e cão-da-pradaria.
A transmissão ocorre principalmente no sexo, segundo estudo publicado no New England Journal of Medicine, mas também é passada por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama.
Importante destacar que os macacos não transmitem a doença.
Sintomas
A OMS descreve quadros diferentes de sintomas para casos suspeitos, prováveis e confirmados. Passa a ser considerado um caso suspeito qualquer pessoa, de qualquer idade, que apresente pústulas (bolhas) na pele de forma aguda e inexplicável. Se este quadro for acompanhado por dor de cabeça, início de febre acima de 38,5°C, linfonodos inchados, dores musculares e no corpo, dor nas costas e fraqueza profunda, é necessário fazer exame para confirmar ou descartar a doença.