Médicos de São Sebastião relatam ameaças, pressão e atraso de pagamento

Um grupo de médicos relatou problemas nas condições de trabalho e atraso em pagamento na rede municipal de saúde de São Sebastião. O texto foi enviado ao Nova Imprensa depois das declarações do prefeito Felipe Augusto, que acusou funcionários de fazerem “operação tartaruga” na nova unidade de saúde de Boiçucanga. Segundo ele, a morosidade no atendimento seria uma tática, adotada pelos funcionários, visando aumento salarial.

Os médicos negam a operação tartaruga e afirmam que “faltam profissionais na escala, sobrecarregando aqueles que se desdobram para manter o atendimento à população”. “Os plantonistas dos serviços de emergência passaram a receber ameaças de serem dispensados, caso não conseguissem cumprir toda a escala”, contam eles.

Em outro trecho, os médicos dizem que a Prefeitura vem “falhando na responsabilidade de contratar novos profissionais” e “pressiona a equipe, que já assumiu uma maior carga horária, para que faça mais plantões”. “Como todo mundo, profissionais de saúde também precisam de descanso, higiene, alimentação. O que esperam de nós? Que trabalhemos ininterruptamente 72 horas sem dormir, sem nos alimentarmos direito?”, questiona o grupo.

De acordo com a mensagem, a Prefeitura reteve 10% da remuneração dos médicos, sob alegação de falta de dinheiro. “Muito diferente da suposta pressão por aumento de 10% nos salários citada pelo prefeito”, ressaltam. “O pagamento ocorreu somente nesta sexta-feira (15), sem juros, correção monetária ou mesmo um pedido de desculpas pelo inconveniente”, informa o comunicado.

Os profissionais ainda se dizem “alvos constantes de assédios morais e perseguições”. “Não queremos citações e agradecimentos em lives, mas sim sermos tratados com respeito”, finalizam.

Procurada pela reportagem, a Prefeitura de São Sebastião não quis dar explicações sobre as informações reveladas pelos médicos.

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