Mais de 21 mil alunos divulgaram uma nota de repúdio e participaram do abaixo-assinado contra a Faculdade São Sebastião (FASS), nesta quarta-feira (1º). A manifestação aconteceu por conta do corte de pelo menos seis docentes da instituição, demitidos na última segunda-feira (29). “Apenas o que pedimos são nossos professores de volta”, diz o documento.
Os alunos divulgaram, através de suas redes sociais, que a notícia os pegou de surpresa, já que através de uma transmissão ao vivo, a faculdade teria se comprometido a manter os professores durante a crise do coronavírus (Covid-19).
“Durante todo o semestre, buscamos junto a universidade um desconto em nossas mensalidades para nos ajudar, porém a justificativa que tínhamos era que os descontos não eram possíveis, pois os professores estavam dando aula e disponíveis aos alunos”, explicaram. A FASS, segundo eles, não teria arcado com seu compromisso.
Nota de repúdio
“Desde que, infelizmente, a pandemia de Covid-19 nos impossibilitou de assistir as aulas presenciais, a faculdade vem oferecendo a modalidade à distância. Via de regra, todos sabemos que aulas online tem um custo muito menor, afinal, usamos eletricidade, água, estrutura de nossa própria residência, muitos alunos, ainda, tiveram custos extras com equipamentos e internet”, diz a nota de repúdio.
“A universidade, como justificativa, por sua vez, nos disse que estavam usando verba no treinamento de professores na plataforma de Educação à Distância (EAD). Esse questionamento foi levantado, pois muitos professores mal sabiam usar a plataforma ou aprendiam sozinhos como manuseá-la, assim, nos foi provada a má fé”.
Como outra justificativa, a FASS teria dito aos alunos que mantendo a mensalidade integral, os professores estariam com seus salários garantidos e assim, mesmo por EAD, teriam o máximo aproveitamento das aulas.
“Durante toda a nossa graduação, nos deparamos com diversos profissionais mais que capacitados para nos dar aula. Hoje a Universidade Cruzeiro do Sul demitiu alguns desses profissionais de grande renome. Tendo em vista que a mensalidade continua a mesma e isso vai prejudicar a todos os alunos, viemos pedir a todos que protestem pela qualidade de educação que nos fora prometida! Só nós sabemos como isso irá nos prejudicar. Nós não seremos os mesmos sem eles”, encerra o texto que pode ser acessado aqui .
Outro lado
Em nota, a FASS informou que a decisão foi tomada por questão financeira e não deve voltar atrás neste momento. A universidade se solidarizou com os professores desempregados e afirmou que após a crise deve promover novas contratações.
“Neste momento triste e sem paralelos de crise mundial que se abateu sobre o Brasil desde meados de março e atinge a praticamente todos os setores da economia, a Cruzeiro do Sul Educacional tem evitado tomar medidas mais drásticas, mesmo sofrendo com o aumento expressivo da inadimplência e da evasão, resultados do impacto da pandemia no emprego e na renda de seus alunos e famílias.
Mas o agravamento e prolongamento da crise econômica, somados às incertezas quanto ao próximo semestre, levaram o grupo a adotar uma adaptação de custos, inclusive e inevitavelmente de pessoal, de modo a manter e preservar minimamente a saúde financeira, a qualidade de sua operação e a pontualidade dos seus compromissos, assim como – e principalmente – os milhares de empregos que continuarão a ser gerados em um futuro que se espera próximo e melhor.
A Cruzeiro do Sul Educacional reconhece e agradece a valiosa contribuição dos colaboradores que estão, neste momento difícil para todos, sendo desligados. Ao mesmo tempo, tem a certeza de que continuará a desenvolver o projeto com ainda mais afinco, assim como tem realizado ao longo dos últimos 55 anos, para que este momento excepcional seja breve e que a retomada seja vigorosa, bem como demande um número muito maior de contratações”.
O abaixo-assinado online dos alunos contra o corte de professores da FASS contava com 21.686 assinaturas até o fechamento desta reportagem.