O Litoral Norte investiga seis mortes suspeitas por dengue: são três casos em Caraguatatuba e três em São Sebastião. Até o momento, Ubatuba foi a única cidade a confirmar óbito pela doença em 2024. Já são mais de 4 mil casos confirmados na região.
As confirmações das mortes serão feitas pelos laudos do Instituto Adolfo Lutz e pela investigação clínica e epidemiológica dos pacientes.
São Sebastião
A Prefeitura de São Sebastião informa que o município registrou três casos de mortes suspeitas por dengue, mas até o momento não há confirmação.
A Secretaria de Saúde informou que foram registrados dois óbitos na Vila Sahy, um referente a um homem de 28 anos e uma mulher de 26. O outro caso suspeito é referente a uma idosa de 93 anos, do bairro Varadouro.
Em 7 de março a prefeitura decretou situação de emergência para controlar a epidemia de dengue e as equipes tem realizado diversas ações de combate a doença e proliferação do mosquito ao longo do município.
A cidade tem hoje 1.310 casos confirmados da doença.
Caraguatatuba
O primeiro caso em investigação em Caraguatatuba é de uma idosa, de 76 anos, moradora do Massaguaçu e que morreu em 28 de março. O segundo é de um homem, de 51 anos, morador do Jardim Jaqueira e que veio a óbito em 29 de março. Já o terceiro caso se refere a uma idosa, de 85, moradora do Indaiá. Todos os pacientes possuíam algum tipo de comorbidade grave.
A Prefeitura de Caraguatatuba reforça que o município encontra-se em epidemia e que os cuidados precisam ser intensificados, principalmente na eliminação de possíveis criadouros.
O município tem focado em ações nos bairros onde há maior concentração de Análise de Densidade Larvária (ADL) como Travessão, Perequê-Mirim, Indaiá e Massaguaçu.
Caraguatatuba registra atualmente 1.882 casos positivos da doença e os casos tem aumentado mês a mês. Em janeiro foram 101 casos confirmados, enquanto em fevereiro 319 e em março 1.460. Até hoje terça-feira (2) foram mais dois casos positivos para a doença.
O aumento da dengue tem provocado, inclusive, a sobrecarga de atendimento nas três Unidades de Pronto Atendimento (Centro, Sul e Norte). Somente na segunda (1º), as UPAs realizaram juntas 1.808 atendimentos.
Além da sobrecarga nas UPAs, o reflexo tem sido sentido também na Casa de Saúde Stella Maris e no Hospital Regional. As unidades estão com lotação máxima nas enfermarias e Unidades de Tratamento Intensivo (UTI).
Vistoria e multas
Quando há suspeita de criadouros do mosquito em um local, primeiramente o proprietário do imóvel é notificado, caso não faça a regularização em 10 dias, pode ser multado em até R$ 4,6 mil.
Em Caraguatatuba, as vistorias contam com reforço do uso de drones para fiscalização de imóveis fechados, pautadas na Lei Federal nº 13.301, de 27 de junho de 2016, que garante o uso do equipamento em situação de iminente perigo à saúde pública pela presença do mosquito transmissor do vírus da dengue, do vírus chikungunya e do vírus da zika.
A lei ainda garante que nos imóveis que o proprietário apresentar recusa da vistoria do agente de zoonoses, está autorizada a presença da Polícia Militar ou da Guarda Civil Municipal para auxiliar na fiscalização do imóvel.
Caraguatatuba já realizou mais de 13 mil vistorias em imóveis de Norte a Sul do município. Foram 6.967 inspeções realizadas pelos agentes comunitários de saúde e outras 6.488 vistorias pelos agentes de zoonoses.
O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) atua na fiscalização de residências e comércios que descumprem as estratégias para conter a proliferação do mosquito.
De janeiro a março, 359 denúncias foram realizadas, resultando em 26 autos de infração, seis multas, seis advertências e 37 orientações técnicas. O total de multas aplicadas geraram o valor de R$ 13,8 mil.