É inegável que nosso litoral se faz privilegiado em cenários idílicos, representados por seu mar generoso, praias de distintas texturas, mata (ainda) exuberante, rios e córregos ora serenos, ora encachoeirados.
No entanto, neste vasto repertório de belezas, alguns elementos se destacam, os chamados patrimônios paisagístico-culturais. São os acidentes da natureza com apropriação cultural (lugares de memória, “encantados”, atribuídos à lendas) ou que exercem forte ação de topofilia (relação afetiva do habitante com o lugar em que vive ou com determinada paisagem).
Temos como exemplos as pedras da Freira e do Jacaré; o Morro de Santo Antônio; o Mirante do Camaroeiro, todos em Caraguatatuba; a Gruta do Bicho, Cachoeira de Toque Toque, Pontal da Cruz (onde dois abricoeiros se entrelaçaram, em memória de uma grande amor), estes em São Sebastião.
Em Ilhabela, o Pico do Baepi e as 365 cachoeiras (uma para cada dia do ano!) e em Ubatuba, o Morro do Corcovado, a Gruta da Sununga, dentre outros.
Tais patrimônios, além de encantar nosso olhar, trazem também sentimentos e alimentam histórias que avós contam a seus netos, em animadas rodas de conversa.
Estes cenários demandam ações de proteção, similares aos tombamentos de edificações históricas, que ofereçam condições de preservação de suas características naturais e a correta utilização pela comunidade.
Em associação com nossa paisagem urbana (tema de uma outra conversa) podem fortalecer nosso sentimento de pertença a este litoral, bem como favorecer as atividades turísticas, nossa maior vocação.