O Litoral Norte foi destaque no cenário do Hip-Hop paulista neste último final de semana. Representantes da região figuraram nas finais do Circuito Paulista de Batalha de MCs (CPBMC) e do Slam SP, mostrando a pujança da cultura de rua e da poesia periférica em cidades como Ubatuba e São Sebastião.
O Circuito Paulista de Batalha de MCs (CPBMC) é o campeonato que escolhe o representante de São Paulo para a competição nacional de duelo de MCs. Promove a integração da cena freestyle paulista desde 2012.
Já o Slam SP é a maior competição de poesia falada do estado. Poemas autorais são apresentados em tempo limitado, sem adereços ou trilha sonora. Os poetas são julgados por jurados escolhidos na plateia, considerando texto, performance e conexão. É classificatório para o Slam Brasil e, consequentemente, para eventos internacionais., como a Copa do Mundo de Poesia Slam, na França.
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MC Dehatt se destaca na Batalha de Rimas
Em uma noite de rimas intensas na capital, o jovem MC Dehatt, de apenas 17 anos e morador de Ubatuba, roubou a cena no CPBMC. Em sua segunda participação consecutiva, ele alcançou a grande final, onde acabou sendo superado por Barreto MC, de Guarulhos, em um duelo acirradíssimo.
A performance do jovem, no entanto, garantiu seu nome entre os principais freestylers do estado. Não bastasse a final da Batalha de MCs, Dehatt ainda se tornou o primeiro artista na história das competições a disputar os dois eventos, CPBMC e Slam SP, no mesmo dia, uma marca inédita que une a força da rima de improviso com a poesia falada.
“Estar entre os melhores de SP já é uma vitória enorme pra mim. Representar o Litoral Norte no CPBMC e ainda poder mostrar minha poesia no Slam SP é a prova de que a voz da quebrada pode ecoar em qualquer lugar”, comemorou Dehatt.
Brenalta MC bate recorde no Slam SP
Enquanto Dehatt se destacava nas batalhas, o poeta Brenalta MC, de São Sebastião, fazia história no Slam SP, o maior palco paulista da poesia falada. O artista alcançou a final pela nona vez consecutiva, um recorde absoluto de participações na competição.
Apesar de não conquistar o título, ficando na quinta posição, Brenalta demonstrou a potência de seus versos, que mesclam crítica social contundente e sensibilidade poética. Sua melhor colocação no torneio segue sendo o terceiro lugar, alcançado em 2021.
“O Slam é mais do que uma competição. É um espaço de resistência, onde a palavra é a nossa arma e o palco é o lugar de existir. Estar ali por nove anos seguidos é continuar mostrando que o Litoral Norte também produz poesia de peso”, ressaltou Brenalta, reforçando o papel político da poesia.
A força da cena periférica
O desempenho dos dois artistas consolida a cultura periférica e independente do Litoral Norte. Tanto Dehatt quanto Brenalta têm sido peças-chave na cena local, atuando em projetos, batalhas e oficinas que fomentam a expressão artística entre os jovens.
Os resultados no estado confirmam crescimento do celeiro de artistas do Hip-Hop e da poesia no Litoral Norte. Os jovens almejam representar a região nos palcos mais importantes do país e mostrar que a voz da costa paulista tem um peso significativo no cenário nacional.