O futuro do Porto de São Sebastião foi pauta de uma reunião estratégica em Brasília, onde os prefeitos de São Sebastião, Reinaldinho Moreira, e de Ilhabela, Toninho Colucci, se encontraram com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. O principal objetivo do encontro foi discutir o novo modelo de concessão proposto pelo Governo Federal e defender os interesses da comunidade portuária e da economia do Litoral Norte e da Região Metropolitana do Vale do Paraíba (RMVale-LN).
Ambos os prefeitos expressaram preocupação com a proposta de arrendamento total do porto a uma única empresa, defendendo que essa medida pode prejudicar o emprego, a competitividade e as empresas já estabelecidas na região.
Toninho Colucci, que também preside o Conselho de Desenvolvimento da RMVale-LN, ressaltou o papel estratégico do Porto de São Sebastião para a logística de toda a região. “Nosso posicionamento é claro: não podemos aceitar um modelo que concentre operações, limite a concorrência e coloque em risco o desempenho econômico de uma das regiões mais dinâmicas do Estado de São Paulo”, afirmou. Ele defendeu um modelo de arrendamento parcial, que garanta a liberdade econômica, a infraestrutura moderna e a segurança jurídica aos operadores atuais
A defesa da concessão do porto também vem sendo um tema de destaque nas agendas do prefeito Reinaldinho. Em julho, a Câmara Municipal de São Sebastião recebeu um encontro em defesa dos portos, com a presença de autoridades políticas e representantes do setor, reafirmando o compromisso com um modelo de desenvolvimento econômico sustentável para o Litoral Norte.
Empregos do porto
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Reinaldinho Moreira destacou que a comitiva de São Sebastião, que incluiu empresários e trabalhadores portuários, tem acompanhado de perto o processo. O grupo já havia se reunido anteriormente com o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, e com o secretário nacional de Portos, Alex Sandro de Ávila. “Viemos mais uma vez a Brasília com o propósito claro de defender os interesses do nosso povo. O Porto de São Sebastião não é apenas uma estrutura logística, ele é a base econômica de centenas de famílias e empresas locais”, declarou o prefeito, enfatizando que o objetivo é que o progresso não signifique um retrocesso para a comunidade local.
A proposta defendida pelos prefeitos é de que, caso uma nova empresa seja instalada, ela ocupe as áreas disponíveis (cerca de 150 mil metros quadrados) e faça os investimentos necessários, sem prejudicar as empresas que já atuam no local e que são responsáveis por cerca de 2,5 mil empregos diretos. Com o arrendamento total, a probabilidade é que se reduza para 750 postos de trabalho, impactando aproximadamente 1,7 mil famílias.
O vice-presidente Geraldo Alckmin, que iniciou a obra da Nova Tamoios quando foi governador de São Paulo, é considerado um interlocutor importante por conhecer a realidade da região. O ministro assegurou aos prefeitos que o processo de concessão será analisado.