Um bicho-preguiça foi resgatado de uma situação de risco na Rodovia Rio-Santos (BR-101), no KM 42, em Ubatuba, na tarde de ontem. A ação da sociedade civil e da Polícia Ambiental, evitou o atropelamento do animal em um dos trechos mais perigosos da via.
A advogada ambientalista Jaqueline Tupinambá, que presenciou o ocorrido, relatou à nossa reportagem a sequência dos fatos. Por volta das 14h30, ela avistou um motorista da concessionária CCR RioSP, e um senhor chamado Álvaro, juntamente com outro jovem chamado Bruno, monitorando o bicho-preguiça em uma embaúba, árvore que é parte de seu habitat natural.
O problema, segundo Tupinambá, era a proximidade extrema da árvore com a pista, especialmente em uma curva perigosa, na região da Barra Seca, o que criava um risco iminente de o animal tentar atravessar a rodovia e ser atropelado.
Ao retornar do centro da cidade, por volta das 15h, a advogada encontrou Bruno e Álvaro ainda no local. Preocupada, ofereceu ajuda. Foi então que viu o funcionário da CCR RioSP, em contato telefônico com a empresa, expressando sua vontade de auxiliar no resgate, mas recebeu ordens explícitas para se retirar do local, sob a justificativa de que o animal estava em seu ‘habitat’.
“Péssimo o trabalho da CCR em Ubatuba. Não existe resgate de fauna. Vamos procurar os meios judiciais para resolver isso. O contrato com a CCR prevê esse serviço e eles não estão fazendo. Pelo contrário, mandaram o motorista se retirar do local na minha frente!”, desabafou Jaqueline Tupinambá, que lamentou a postura da concessionária.
Jaqueline Tupinambá agiu prontamente, acionando a Polícia Ambiental e o Instituto Argonauta. A Polícia Ambiental conseguiu realizar o resgate com sucesso, graças à colaboração do Sr. Álvaro, que utilizou um facão e uma pequena escada. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) também esteve presente, oferecendo apoio logístico e de segurança à distância.
O bicho-preguiça foi colocado em segurança, em uma trilha no lado oposto da rodovia, bem no interior da mata, longe dos perigos do tráfego.
A advogada ambientalista expressou sua gratidão aos envolvidos: “Agradeço à Polícia Ambiental e Rodoviária Federal pelo apoio imediato. Obrigada Sr. Álvaro e Bruno que não desistiram dela até eu chegar!”. O episódio levanta novamente o debate sobre a responsabilidade das concessionárias de rodovias na proteção da fauna silvestre em seus perímetros.
Fizemos contato com a concessionária, mas não obtivemos resposta até o fechamento da matéria.
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