Nesta quarta-feira (26), trabalhadores petroleiros da Base Tebar, em São Sebastião, e da Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA), em Caraguatatuba, aderiram à greve nacional. A mobilização ocorreu em um momento de insatisfação com a nova gestão da Petrobras, que, segundo os trabalhadores, tem se mostrado intransigente em relação às pautas de negociação que vêm sendo discutidas há anos.
O movimento, organizado pelo Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista (SindiPetro-LP), Federação Única dos Petroleiros (FUP) e pela Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), ocorre em resposta a diversas tentativas de negociação frustradas, conforme explicou o coordenador do SindiPetro-LP, Márcio André.
“A greve é uma reação à falta de diálogo da Petrobras, que está ignorando a necessidade de aumentar o efetivo operacional através de concursos públicos nas bases”. Ele ressalta que a redução do quadro de funcionários compromete a segurança e tem elevado o número de acidentes de trabalho.
Tebar
Marcelo Pereira, diretor do SindiPetro na Base Tebar, destacou que a greve é um reflexo da falta de avanços nas negociações, especialmente em relação ao Plano de Cargos e Salários (PCS) e ao anúncio do pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de 2024 com corte de 31% no valor previamente acordado com os sindicatos. Pereira ressaltou que, enquanto os acionistas da Petrobras continuam a receber lucros significativos, os trabalhadores enfrentam retrocessos em suas condições laborais.
Além das questões salariais, a mobilização também chama atenção para a segurança dos trabalhadores. Nos últimos meses, ocorreram vários acidentes fatais no sistema Petrobras, e os petroleiros exigem respostas adequadas da empresa para prevenir esses incidentes.
“A adesão à greve tem sido significativa, com 100% do quadro profissional e quase totalidade do quadro administrativo da Base Tebar participando da mobilização”, destacou o diretor. A união da categoria foi enfatizada como fundamental para a continuidade das lutas pelos direitos dos trabalhadores no setor.
Márcio também criticou as decisões unilaterais da atual gestão da Petrobras, liderada por Magda Chambriard, que têm impactado negativamente a relação de boa-fé estabelecida após as mudanças no governo federal. Entre tais decisões está a alteração do regime de teletrabalho para os funcionários administrativos, que passou a exigir três dias de trabalho presencial e dois de home office, contrariando acordos feitos durante a pandemia.
UTGCA

Já Thiago Nicolini, também diretor do SindiPetro Litoral Paulista, participou da manifestação grevista no polo UTGCA, em Caraguatatuba. Ele destacou que a adesão dos trabalhadores à greve foi excelente, incluindo tanto os contratados quanto os terceirizados.
“Hoje é uma data fundamental para a nossa categoria, um momento em que mostramos nossa força e disposição para lutar. É possível avançar nas negociações com a empresa”, afirmou Nicolini. Ele enfatizou que a mobilização reflete a determinação dos trabalhadores e a necessidade de que a empresa reconsidere suas posições e inicie um diálogo construtivo.
Nicolini concluiu ressaltando a importância desse movimento, que não apenas evidencia a unidade da categoria, mas também pressiona a empresa a aceitar uma negociação justa, atendendo às demandas dos trabalhadores.