O corpo de uma baleia da espécie jubarte, de 14 metros de comprimento e estado avançado de composição, foi encontrado por banhistas na tarde desta segunda-feira (29) na praia do Guaecá, região central de São Sebastião. Agentes da Defesa Civil cercaram o local e a equipe do Instituto Argonauta promoveu o enterro da carcaça na areia com equipamentos cedidos pela prefeitura.
A causa da morte não foi identidficada até o momento. Os biólogos ainda realizaram coleta de materiais biológicos para análises e pesquisas sobre a ocorrência destes animais na região.
De acordo com Carla Beatriz Barbosa, coordenadora do trecho do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) no Litoral Norte, neste inverno já foram registrados pelo menos cinco casos de baleias mortas na região. “Em todos esses anos de atuação do Instituto Argonauta, notamos um aumento nas ocorrências de baleias durante o outono-inverno, pois é o momento em que ocorre a migração desses animais, saindo do sul do oceano Atlântico sentido norte, em busca de águas quentes”.
O oceanógrafo, Hugo Gallo Neto, diretor executivo do Aquário de Ubatuba e presidente do Instituto Argonauta, explica a técnica utilizada pelo grupo. “Desenvolvemos uma forma de encalhe e acompanhamento de decomposição de carcaças, nas costeiras, quando encontradas em alto mar, que é a melhor alternativa. Porém, quando os animais já estão encalhados na areia, o enterro da carcaça é a opção adequada, e quando realizado de forma correta, não oferece risco de contaminação às praias. Pelo contrário, este procedimento é uma prática segura e benéfica, pois as carcaças enterradas retornam nutrientes ao ambiente, contribuindo para a manutenção da saúde do ecossistema local”.
Baleias-jubartes
As baleias-jubartes são mamíferos marinhos que podem atingir 16 metros de comprimento e pesar até 40 toneladas. São animais migratórios, que anualmente percorrem grandes distâncias ao longo da costa brasileira. Durante os meses de outono e inverno nadam sentido ao nordeste do Brasil para reprodução, dar à luz e alimentar seus filhotes. É nessa época que cruzam o litoral paulista, aumentando os avistamentos em nossos mares.
Durante o verão, retornam para os mares antárticos para se alimentarem. Recentemente o número de indivíduos da espécie aumentou, e elas saíram da lista de ameaçadas de extinção. A manutenção deste status de conservação depende da conservação dos oceanos e do habitat e da participação e apoio de toda a sociedade.