Cineasta Toni Venturi morre afogado na Barra do Una

O cineasta Toni Venturi, de 68 anos, morreu no começo da noite deste sábado (18), depois de passar mal e se afogar na Barra do Una, na costa Sul de São Sebastião. O velório do diretor de longas premiados acontece na Cinemateca Brasileira, na capital paulista. Ele deixa a esposa e dois filhos, Theo e Otto.

Venturi estava na cidade acompanhado de sua esposa, a atriz Débora Duboc, para um retiro familiar. Segundo ela, o marido saiu para um banho de mar, como era costume. Entretanto, depois de 40 minutos foi encontrado afogado e um banhista o retirou do mar. “Eu estava na casa do meu irmão quando recebi a notícia e corri para a praia. Ao chegar, Toni já estava sendo atendido pelos paramédicos”, lamenta a atriz.

“Cantei para ele durante os esforços de reanimação, na esperança de que minha voz o trouxesse de volta”, conta. O diretor foi atendido pelo Samu, mas não resistiu.

Toni Venturi

Antônio Luiz Venturi, mais conhecido como Toni Venturi, foi um renomado cineasta brasileiro cujas obras exploram, de maneira incisiva, questões sociais, políticas e culturais do Brasil. Nascido no dia 8 de maio de 1958, em São Paulo, filho de cineastas, desde cedo teve contato com o universo cinematográfico.

Estudou cinema na tradicional Escuela Internacional de Cine y Televisión (EICTV) de San Antonio de los Baños, em Cuba, e também na Ryerson Image Arts, em Toronto, Canadá. Esse percurso educacional internacional forneceu a Venturi uma bagagem técnica e uma visão crítica imprescindíveis para sua carreira.

toni venturi

Obras

Ele ganhou notoriedade no Brasil com documentários e filmes de ficção que abordam realidades muitas vezes negligenciadas. Alguns mais conhecidos incluem “O Velho – A História de Luiz Carlos Prestes”, de 1997; a ficção “Latitude Zero”, de 2001. Assim como “Cabra-Cega”, de 2005, um drama que se passa nos anos de chumbo da ditadura militar brasileira. A história gira em torno de Tiago, um militante ferido que se esconde em um apartamento em São Paulo, onde sua relação com os companheiros é explorada em profundidade.

Venturi assinou também o documentário “Dia de Festa”, em 2005, um registro da luta de moradores de uma ocupação por moradia na cidade de São Paulo. Em 2011 foi a vez de “Estamos Juntos”, que retrata a vida de Carmem, uma jovem médica que enfrenta dilemas pessoais e profissionais, ao mesmo tempo que se envolve em causas sociais.

Logo, o trabalho de Toni Venturi é notável por sua capacidade de mesclar a linguagem documental com elementos de ficção, criando narrativas que são ao mesmo tempo didáticas e profundamente humanas. A priori, seus filmes frequentemente apresentam um olhar crítico sobre a sociedade brasileira, discutindo temas como política, direitos humanos e questões urbanas. Sua sensibilidade e compromisso com a verdade fazem de suas obras um recurso valioso para quem deseja entender as complexidades do Brasil contemporâneo.

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