Embarque de bois é tema de debate na Câmara de São Sebastião

A Câmara de São Sebastião promove, nesta sexta-feira (27), o seminário “O Bem Estar Animal e o Transporte de Cargas Vivas (bois) no Porto de São Sebastião”. Participarão do evento autoridades políticas e ambientalistas que defendem o fim desse tipo de operação portuária no município.

O debate está gerando polêmica entre os que são a favor e os contrários ao embarque de carga viva, principalmente, após o tombamento de uma carreta de bois na madrugada do dia 5 de agosto, no bairro das Cigarras. O veículo da empresa Trans Venancio transportava 96 animais do interior do estado para embarcar no porto rumo a Turquia e resultou na morte de 10 bois.

Em 2018, tripulantes de um veleiro encontraram um boi vivo boiando no canal de São Sebastião, próximo a praia da Armação em Ilhabela. O animal, nomeado de Elias, ficou conhecido pela bravura após nadar mais de cinco horas, em um trajeto de 10 quilômetros, para salvar sua vida. Ele caiu no mar durante o processo de embarque de um grupo de 5 mil cabeças de gado no porto. A história do boi chegou a virar um documentário este ano.

“Além desses lamentáveis acidentes, recebemos também inúmeras reclamações de empresários e comerciantes, por causa do forte mau cheiro que fica na cidade, provocado pelos excrementos dos animais durante a passagem das carretas no trajeto até o porto. O embarque também causa inúmeros problemas no trânsito da região central”, relatou o presidente da Câmara, Marcos Fuly.

Ele disse que representantes do setor portuário e empresários do setor que defendem a continuação da operação também poderão se manifestar. Segundo Fuly, “o Legislativo é a Casa própria para dar voz a todos. Nós entendemos que o assunto precisa ser amplamente discutido e assim será feito”.

Os ambientalistas denunciam, notadamente, o que entendem como maus tratos dos animais desde a longa viagem na origem (normalmente cidades do interior paulista) até a chegada no litoral. Além disso, alegam condições inapropriadas dos animais nos navios que levam a carga para o exterior.

“Além do bem estar animal, precisamos saber com clareza se, financeiramente, esse tipo de operação é benéfica para o nosso município; quanto temos de retorno financeiro para compensar os transtornos; e qual o número real de trabalhadores portuários beneficiados com a atividade”, finalizou Marcos Fuly.

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