Uma raia-viola, espécie em risco de extinção, foi pega por um rede de arrasto, na Praia do Matarazzo, em Ubatuba, na última terça-feira (24). Como agravante, o pescador estava no interior da Área de Proteção Ambiental Marinha Litoral Norte (APAMLN).
Segundo a Polícia Militar Ambiental Marítima., durante o patrulhamento ostensivo e preventivo náutico, viram a embarcação em plena atividade de arrasto rumo à barra dos Pescadores. Então, abordaram o barco imediatamente e o vistoriaram.
O pescador recebeu uma multa, no valor total de R$ 2.240, e, de acordo com a Polícia Ambiental Marítima, “assumiu estar ciente da proibição da pesca desta espécie”. Além disso, apreenderam a embarcação, redes e demais petrechos utilizados. Finalmente, o Lar Vicentino, de Ubatuba, recebeu o pescado.
A raia-viola
Os policiais militares encontraram a bordo três quilos de raia-viola, cuja pesca é proibida desde 2004. Segundo a Portaria nº 300, do Ministério do Meio Ambiente, de 13 de dezembro de 2022, que reconhece a lista nacional de espécies ameaçadas de extinção, a raia-viola é classificada como vulnerável.
Para a pesquisadora do Laboratório de Promoção e Avaliação da Saúde Ambiental da Fiocruz, Rachel Ann Hauser Davis, a pesca da raia-viola acontece acidentalmente na pesca de arrasto e, muitas vezes, é vendida de forma ilegal.
“A raia-viola é uma espécie bentônica, que habita o fundo do mar. Por isso, é acfrequentemente nas redes de pesca de arrasto. Raias e tubarões são comumente vendidos sob o nome genérico de cação e essa espécie costuma ser chamada de cação-viola”, explica Rachel.
“Além do dano ambiental, o consumo de raias pode apresentar risco à saúde, devido à contaminação. A priori, esses animais vivem próximo à costa em associação direta com o sedimento e ingerem muitos poluentes”, alerta a pesquisadora.
A equipe da Ambiental Marítima recebe denúncias pelos telefones (12) 3842-0123 / (12) 3842-0355.
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