A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (18), a Operação Calvary, com o objetivo de desarticular organização criminosa dedicada ao tráfico internacional de drogas, com atuação em diversos atos de lavagem de dinheiro. O grupo articulou a exportação de 2,7 toneladas de cocaína, em outubro de 2020, a partir do Porto de São Sebastião.
Na época, foi apreendida 1,5 tonelada de cocaína escondida no meio de carga de milho, no navio Unispirit, de bandeira Antigua e Barbuda, com tripulação russa. A carga tinha como destino a cidade portuária de Cadiz, no sudoeste da Espanha. A outra parte da droga foi receptada na Espanha (1,2 toneladas), após comunicação da PF às autoridades policiais daquele país e atuação da Europol.
Operação Calvary
Em conjunto com a Receita Federal do Brasil e em colaboração com a Europol, a operação cumpre hoje 36 mandados de busca e apreensão, seis mandados de prisão preventiva, quatro mandados de prisão temporária e sete mandados de interdição de atividade econômica nos Estados de São Paulo, Bahia, Mato Grosso, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Cerca de 150 policiais federais e oito servidores da Receita Federal participam da ação.
Os mandados foram expedidos pela 6ª Vara Federal de São Paulo e englobam ainda o sequestro de 28 bens imóveis (localizados em quatro Estados), diversos veículos (incluindo carros avaliados em mais de R$ 600 mil), e valores custodiados em contas bancárias de 53 pessoas físicas e jurídicas (incluindo contas abertas em Portugal e na Bélgica).
Ainda, fora determinado o sequestro de um navio de longo curso, o qual pertence ao grupo criminoso investigado e seria utilizado no transporte transoceânico de cocaína, bem como fora determinada a interdição da atividade de uma rede de postos de combustível no Estado da Bahia. Ao todo, estima-se que os bens apreendidos/sequestrados durante a investigação superam R$ 50 milhões.
No bojo das investigações ainda foram determinados afastamentos do sigilo bancário e fiscal de 66 pessoas, incluindo 39 pessoas jurídicas suspeitas de serem utilizadas pelos investigados para prática de lavagem de dinheiro.
A operação foi batizada de “Calvary” em alusão ao cemitério no qual Don Corleone, do filme “O Poderoso Chefão”, foi sepultado. O líder da organização criminosa brasileira é chamado pelos demais integrantes do grupo de “Don”, em referência ao personagem.