Homem é preso por estuprar, torturar e manter mulher e filhas em cárcere privado

Um homem de 40 anos de idade, foi preso em flagrante por estuprar, torturar e manter mulher e filhas em cárcere privado. O crime aconteceu no bairro Maranduba, na cidade de Ubatuba, durante o feriado de 12 de outubro.

Segundo a Polícia Militar, que prendeu C.L.A, a vítima pediu socorro por telefone a uma assistente social, que chamou o 190. A mulher, de 41 anos, informou que estava presa dentro de casa com suas filhas de 11 e 13 anos, sofrendo agressões e estupros constantes.

Ela relatou ainda que sua filha mais velha foi queimada com ferro de passar roupas pelo próprio pai e que ele queria machucar a filha mais nova com água fervente, “para deixá-las marcadas”, além de ameaçar matá-las constantemente com um facão.

Segunda vítima, durante o feriado, o pai tomou conhecimento que a filha mais velha teria se encontrado com um rapaz as escondidas. Por isso, passou a agredi-la com socos e ameaçou joga-la da ponte.

Devido ao descontrole do marido, a vítima percebeu que não iriam sobreviver caso não fizesse nada naquele momento e por isso mandou mensagem assistente social com quem já havia conversado. A mulher conseguiu se comunicar com ela durante um momento de distração do marido e através do aplicativo de mensagens pediu socorro. Depois apagou a conversa, já que além da violência física, o homem não permitia que a esposa usasse o celular livremente e verificava o aparelho constantemente.

No local, os policiais encontraram o suspeito sentado no sofá da sala, em frente a única porta de entrada e saída do imóvel. As três vítimas estavam trancadas no quarto. Segundo a equipe, ele ainda tentou fugir e precisou ser contido.

Questionado pelos policiais, ele negou as acusações e informou que a filha mais velha havia sido estuprada um dia antes, mas por outra pessoa. A esposa, porém, reafirmou à equipe que estavam presas dentro do quarto impedidas de sair de casa.

A mãe reafirmou que ele estuprava as próprias filhas e dizia que a culpa era dela, “por se recusar a satisfazê-lo sexualmente”. As filhas confirmaram a violência sexual e também o cárcere privado, assim como as agressões sofridas.

O agressor recebeu voz de prisão e foi conduzido à Delegacia de Ubatuba, juntamente com o facão utilizado para ameaçar sua família. Durante o trajeto, ele se debatia na viatura, tentando danificar o veículo e fugir e acabou algemado nas mãos e nos pés.

Agora, ele vai responder por sequestro e cárcere privado, estupro de vulnerável, lesão corporal, violência doméstica e tortura.

Cárcere privado e agressões

A vítima informou no boletim de ocorrência que mora junto com o suspeito há 13 anos e além das duas meninas de 11 e 13 anos, tem um menino de um ano e um mês. Ela declarou que durante o terceiro ano de relacionamento ele começou a se tornar uma pessoa violenta e agredi-la.

A vítima já havia registrado dois boletins de ocorrência, em 2013 e 2019. Na segunda vez, ele chegou a ser preso em flagrante por descumprir as medidas protetivas, mas ela acabou voltando com ele porque “estava desempregada na época e não tinha outra opção para sobreviver e sustentar as crianças, se não permitir que ele voltasse para casa”.

A vítima declarou que foi ingênua em acreditar que ele pudesse mudar, mas a cada retorno dele para o lar, ele se demonstrava mais violento.

A partir de 2019, quando saiu da prisão, o marido não permitia mais que ela saísse de casa nem para trabalhar. Ela conta que ele criava problemas até mesmo para que ela vendesse bolos, que fazia dentro de casa.

Nesta época em que já a mantinha em cárcere privado, a vítima informou que marido parou de prover a casa e que gastava o dinheiro do Bolsa Família “com prostitutas”.

Ela declarou ainda que o pai teria tentado estuprar a filha mais velha alguns meses após o parto do seu filho caçula. Ele alegou porém que estava bêbado e teria pedido perdão as filhas. Mais uma vez ela o perdoou por estar com uma criança pequena e pela total dependência financeira.

Ela confessou aos policiais que teme pela própria vida caso o marido seja solto novamente.

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