A Prefeitura de São Sebastião vai pagar mais R$ 783,5 mil à Sancetur, empresa que substituiu a Ecobus no transporte público. De acordo com a nota fiscal emitida pela companhia, o valor é referente ao serviço realizado no mês de agosto. O subsídio funciona como um complemento à tarifa paga pelo usuário, inteirando o preço de R$ 8,20.
O custo do subsídio de agosto é idêntico ao que foi pago no mês anterior. É como se, em ambos os períodos, tivesse sido transportada exatamente a mesma quantidade de passageiros.
A reportagem pediu à Prefeitura e à Sancetur os números de usuários transportados, mas não obteve respostas. Nas notas fiscais também não consta essa informação. Os documentos são atestados pelo secretário Emerson Elias e pelo diretor Edgar Celestino, ambos da Secretaria de Segurança.
Subsídio proporcional
O valor de R$ 783,5 mil está no limite do subsídio mensal estimado no contrato. Essa quantia foi calculada considerando o transporte de 184 mil passageiros no mês. Desse modo, além do subsídio, a empresa teria arrecadado cerca de R$ 727 mil diretamente dos usuários.
Não estão inclusos, nesses valores, os pagamentos referentes às gratuidades para idosos e pessoas com deficiência, além do desconto para estudantes, também custeados pelo município.
Transferência
Há duas semanas, os motoristas foram surpreendidos com uma convocação da Sancetur. Eles tiveram que se desligar da empresa para serem admitidos em outra, na Machado Monitoria e Limpeza, com sede em Bragança Paulista.
O contrato com a Prefeitura permite que a Sancetur terceirize atividades, exceto a função de motorista.
A Machado foi criada no ano passado para atuar no ramo de limpeza de prédios, dutos de ventilação e caixas d’água, além de recreação e lazer. Na semana passada, a empresa alterou o cadastro para incluir também o serviço de transporte entre suas atividades.
O sindicato da categoria viu com estranheza essa manobra e já avisou que vai denunciar ao Ministério Público do Trabalho.