A Prefeitura de São Sebastião anunciou a confecção de 60 mil máscaras por meio de “costureiras voluntárias e colaboradores”. O material será distribuído aos alunos a partir deste mês, conforme divulgado pela Secretaria de Educação.
A decisão foi tomada depois da compra de 69.686 máscaras, que tiveram a mesma finalidade. Cada uma custou R$ 5,01, e os pagamentos somaram R$ 349 mil.
Pais reclamaram do material e, principalmente, do tamanho. “É péssima e inadequada, fica molhada com a saliva. Revejam isso, por favor”, pediu uma mãe, na página da Prefeitura. “As máscaras entregues na escola de Cambury ficaram enormes para os meus filhos de 8 e 11 anos”, disse outra. “Também acho que teria que ser menor. Ficou quase tampando o olho do meu filho”, comentou mais uma.
Professores do ensino infantil contam que precisam “amarrar” a máscara das crianças frequentemente.
O material foi comprado em três tamanhos (P, M e G), mas ao menos parte da distribuição não foi realizada conforme a idade. A reportagem conferiu a medida das máscaras entregues a dois alunos de 6 anos. Ambos têm máscaras com 19 centímetros de comprimento, medida de tamanho G.
A maioria dos alunos está usando máscaras adquiridas pela própria família. Apesar da rejeição, e da confecção de novas unidades em andamento, a Prefeitura reservou dinheiro para comprar mais 7 mil. A Secretaria de Educação não quis dar explicações a respeito.
A empresa contratada para o fornecimento de máscaras e viseiras é a DZ7, de Barueri. A proprietária responde a processo judicial, em que foi denunciado superfaturamento na compra de material escolar pela Prefeitura de São José dos Campos. O pai e o irmão são réus em, ao menos, outros três processos. Eles são acusados de integrarem um cartel de empresas, que teriam fraudado licitações no Guarujá, Santo André e Itapevi.