Policiais encontram fuzil e outras armas na casa do prefeito de São Sebastião

Diversas armas foram encontradas na casa do prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto, na última terça-feira (31), durante as buscas da operação Mar Revolto, que investiga desvios de dinheiro público na cidade. A informação foi confirmada pelo procurador de Justiça, André Vitor de Freitas.

Entre o armamento, havia também um fuzil. Nenhuma das armas foi apreendida porque o prefeito tem registro de colecionador.

Já o médico Tomaz Kitahara foi preso em função das munições encontradas na sua casa. Ele pagou fiança e vai responder pela posse ilegal em liberdade.

A empresa Cirúrgica Caraguá, um dos alvos da operação, está no nome da filha do médico, que é servidor da Prefeitura de São Sebastião. No ano passado a empresa faturou R$ 2,5 milhões com vendas de artigos hospitalares para o município.

Na mira do MP

Outra empresa investigada é a SA Ambiental, que faz a coleta de lixo em São Sebastião. Na pandemia a empresa passou também a fazer desinfecção de vias públicas. Segundo a Prefeitura, o serviço ajudava na eliminação do coronavírus. A Anvisa e o Centro de Vigilância Sanitária do Estado não recomendaram a medida.

“A aplicação, de modo difuso, de solução desinfetante nos espaços públicos em geral não é recomendada para prevenir a Covid-19”, publicou o órgão estadual.

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Operação na sede da empresa SA Ambiental, que fez serviço de desinfecção de vias públicas em São Sebastião (Foto: Divulgação)

É o que aponta também o procurador ouvido pelo Nova Imprensa, nesta quarta-feira (1º). Além da ineficácia, Freitas disse que a Prefeitura pagou pelo serviço sem formalizar a contratação.

Nos imóveis da empresa, no Espírito Santo, a operação apreendeu equipamentos eletrônicos, dinheiro em espécie e documentos.

O contrato com a SA Ambiental está sob a responsabilidade da Secretaria de Serviços Públicos. Por isso os agentes do Ministério Público fizeram apreensões na casa do secretário Gelson Aniceto, o Tota.

Investigadas

Também foram alvos da operação a empresa JLF, que alugou estrutura para dois hospitais de campanha, e a JCB, que forneceu materiais diversos como luvas, macacões, máscaras cirúrgicas e álcool em gel.

A reportagem fez contato com as quatro empresas, mas somente a SA respondeu. Em nota assinada pelo diretor jurídico, Cidiney Mazim, a empresa garante que o serviço realizado “contribuiu para que dezenas ou centenas de pessoas não contraíssem a doença”. Os documentos apreendidos são públicos e poderiam ser entregues à Justiça, sem a necessidade de ação tão drástica e que previamente já desgasta a imagem de todos”, diz a nota.

A reportagem apurou também que um dos mandados de busca e apreensão foi cumprido na casa do secretário de Planejamento, Daniel Augusto, primo do prefeito. Ele era diretor administrativo do Hospital de Clínicas até junho.

Além de Daniel, de Tota e do prefeito, a operação fez buscas na casa do secretário de Saúde, Reinaldinho Moreira, e da diretora da Fundação de Saúde, Ana Soares.

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