Procuradores de Justiça, especializados em crimes praticados por prefeitos, fizeram buscas e apreensões em São Sebastião, nesta terça-feira (31). Foram alvos da operação Mar Revolto, a casa do prefeito Felipe Augusto e de secretários municipais, onde foram apreendidos celulares, notebooks e documentos.
Houve também apreensão de documentos na sede da Prefeitura de São Sebastião, na Secretaria de Saúde e na Fundação de Saúde, além de endereços ligados a empresas contratadas pelo município.
Já passava do meio-dia quando os procuradores deixaram o Paço Municipal levando o material apreendido. Eles seguiram para a sede do Ministério Público, onde concederam entrevista exclusiva ao Nova Imprensa, único veículo de imprensa presente no local.
As investigações apuram fraudes em licitações, superfaturamentos de contratos e desvio de dinheiro que seria destinado ao enfrentamento da Covid. Segundo o procurador Mário Tebet, os crimes teriam sido cometidos na compra de equipamentos e mobiliários hospitalares, e na locação de estruturas para hospitais de campanha. “São indícios fortes de crimes que causaram prejuízo imenso à população de São Sebastião e aos cofres públicos”, disse Tebet.
Segundo nota entregue pelo procurador, cerca de R$ 20 milhões já haviam sido gastos nos primeiros meses da pandemia. “Há indícios de conluio de empresas na formação de preços, com participação de agentes públicos no direcionamento das contratações”, diz a nota. “Há contratações feitas de maneira bastante informal, até verbal, em valores superiores a R$ 1 milhão”, acrescenta.
O procurador André Vitor de Freitas informou que estão agendados depoimentos de agentes públicos da Prefeitura para esta quarta-feira (1º). Nos próximos dias, serão analisados os materiais apreendidos.
A operação é realizada pela Procuradoria-Geral de Justiça, em função de o prefeito ter direito a foro privilegiado. Mas há também investigações em andamento na promotoria local, relacionadas aos mesmos fatos.
Os secretários que tiveram as respectivas casas como alvos da operação foram: o de Saúde, Reinaldinho Moreira; o de Serviços Públicos, Gelson Aniceto, conhecido como Tota; e a ex-secretária Ana Soares, atual diretora da Fundação de Saúde.
A Prefeitura de São Sebastião ainda não se manifestou sobre o caso até o momento.