O prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto, exonerou funcionários que trabalhavam na administração pública indicados pela ex-primeira dama, Michelli Veneziani. Publicações em redes sociais, prints de mensagens e gravação telefônica expuseram novamente conflitos entre os dois, agora assumidamente divorciados.
Na última sexta-feira (11), chamaram a atenção as demissões de quatro funcionárias que ocupavam cargos comissionados. Em seguida, veio à tona a conversa telefônica entre o prefeito e uma das exoneradas. “A partir de amanhã não tem mais campanha bosta nenhuma, e toda a equipe da Michelli está exonerada. Tá todo mundo fora da Prefeitura”, disse Felipe, irritado com supostas relações sexuais de sua ex-esposa.
A gravação, compartilhada no Whatsapp, foi feita por Marisol Zanatta, que ocupava o cargo de assessora de Políticas Sociais. “Você só quis meu voto e dos trouxas que eu pedi voto pra você”, respondeu ela.
Quem também perdeu o cargo foi a secretária de Desenvolvimento Social, Rogéria Freitas, responsável pela Casa Poderosa. O serviço de atendimento às mulheres vinha sendo explorado por Michelli como plataforma política, com vistas à campanha para deputada.
No local, a ex-primeira-dama recebia políticos e concedia entrevistas para veículos de imprensa parceiros do governo. O deputado Junior Bozzella, depois de participar de um desses encontros, se referiu a Michelli como “presidente da Casa Poderosa”.
Outra exonerada foi Elis Regina, servidora efetiva no cargo de merendeira, e que estava nomeada como presidente do Fundo Social e chefe administrativa e financeira do órgão, indicada pela ex-primeira-dama.
As doações do fundo também serviam para promoção pessoal de Michelli. Na página do órgão há diversas publicações exaltando a ex-primeira-dama. Em uma das publicações, ela foi chamada de “nossa benfeitora maior”.
Também atingida pela fúria do prefeito, a secretária-executiva do gabinete, Beatriz Rego, exercia funções que não tinham nenhuma relação com o cargo ocupado. Beatriz acompanhava Michelli em viagens de campanha para fazer fotos e vídeos. Sua remuneração em maio chegou a R$ 10,7 mil.
Declaração da ex-primeira-dama
No dia seguinte às exonerações, Michelli resolveu “quebrar o silêncio” que, segundo ela, lhe havia sido imposto. No Facebook, a ex-primeira-dama comentou sobre a relação extraconjugal do então marido, “que resultou em um filho fora do casamento”. “Um sonho desfeito com traição, humilhações e um jogo de horrores a que fui submetida”, disse ela.
A reação, dessa vez, foi diferente a do ano passado, quando vazaram áudios de conversas íntimas do prefeito com uma chefe na Secretaria de Esportes, além de imagens em ambientes de motel. Na ocasião, a poucos dias das eleições, Michelli ajudou a abafar o caso, engrossando o coro dos que diziam se tratar de uma armação da oposição.