O valor da cesta básica, que inclui itens alimentícios de primeira necessidade para o cidadão, saltou 24,2% entre janeiro de 2020 e janeiro de 2021 no Litoral Norte. O preço mais alto é registrado na cidade de Ilhabela (R$ 590), seguido de São Sebastião (R$ 588), Ubatuba (R$ 570) e Caraguatatauba (R$ 565).
A cesta básica inclui, de forma geral, 13 produtos. Em 2020, a alta foi impulsionada pelo óleo de soja, com aumento de quase 90% no acumulado do ano. Destaque também para a o salto de preço da batata (64%), arroz (60%), carne bovina (47%), feijão (30%), manteiga (21%) e açúcar (20%).
A pesquisa foi realizada pelo Centro Universitário Módulo em parceria com a Faculdade de São Sebastião. Segundo o estudo, o preço dos alimentos aumentou seis vezes em relação a inflação oficial no Brasil, com preços bem acima daqueles praticados no mercado nacional e internacional.
“A variação cambial teve forte influência na variação dos preços dos alimentos, principalmente produtos comercializados no mercado internacional, como soja e arroz. Nos 10 primeiros meses de 2020 a moeda brasileira apresentou uma desvalorização em relação ao dólar de 42,50%”.
Respiro
Após um ano de alta expressiva nos preços, o mês de janeiro de 2021 registrou uma pequena redução no custo dos alimentos ao consumidor. Depois de cinco meses consecutivos de alta, a variação média da cesta no Litoral Norte foi de menos 0,49% em janeiro de 2021. Entre os municípios as variações foram de – 0,98% em Caraguatatuba, – 0,48% em Ilhabela, – 0,41% em São Sebastião e – 0,07% Ubatuba.
Na prática, os preços apresentam pouca redução nas prateleiras de venda, levando em conta o montante de elevação registrado no ano passado. Segundo os pesquisadores, o respiro para o consumidor em 2021 se deve a valorização da moeda nacional em 10,20%.
Outros fatores como a redução da expectativa de turistas nas cidades do litoral com a piora na pandemia e o aumento das restrições das atividades comerciais pode ter contribuído para essa queda no preço médio da cesta nas cidades do Litoral Norte.
Cesta básica 2021
A batata foi a grande vilã da cesta pelo quarto mês consecutivo, consequência de dois fatores principais: o fim da safra da seca com a consequente redução da oferta do produto e o aumento nos custos de produção com a alta dos preços dos fertilizantes e defensivos aplicados no campo.
O aumento no preço do açúcar é consequência da redução da oferta do produto por conta da entressafra da cana de açúcar no Brasil e a ampliação da produção para o etanol com o aumento nos preços dos combustíveis.
Em relação aos produtos que apresentaram queda, mesmo que moderada, destaque para a redução no preço do tomate, consequência do aumento na oferta do produto com a chegada de nova safra. A redução nos preços do óleo de soja e do arroz são consequências de um equilíbrio maior no câmbio nos últimos meses, estabilizando os valores no mercado internacional, além do alinhamento dos preços, tanto no âmbito externo quanto interno.