As primeiras doses da Coronavac chegaram no Litoral Norte na manhã desta quinta-feira (21) e as prefeituras já iniciaram a vacinação. Em Caraguatatuba, a primeira mulher a receber o imunizante perdeu o pai um dia antes, morto pela Covid-19.
Neusa Barreto Florentino, de 61 anos, trabalha na área da Saúde há 27. Ela contou que soube que seria a primeira a receber a dose horas depois de ter enterrado o pai, de 92 anos. “Essa vacina veio para salvar muita gente. O coronavírus é muito rápido. Minha mãe apresentou os sintomas e ficou internada. Dias depois meu pai também foi internado e dois dias depois foi tranferido e não resistiu. Tinha muita falta de ar”, desabafou.
Outras cidades
Em São Sebastião, a técnica de enfermagem Lígia Maria César de Aquino Ramos, de 65 anos, foi a primeira a receber a dose contra Covid-19. Com 48 anos de carreira, Lígia já dedicou 30 à rede municipal de saúde.
Foram 23 pessoas imunizadas nesta manhã no município. Rivaldavio Pereira Costa, de 73 anos, foi o primeiro idoso, residente do Lar Vicentino, a ser imunizado. O cacique Adolfo Timóteo, de 55 anos, foi o primeiro vacinado da aldeia indígena Rio Silveiras.
Em Ubatuba, Terezinha do Rosário Patrocínio Araújo, de 56 anos, técnica de enfermagem da clínica intermediária da Santa Casa foi a primeira pessoa a receber a imunização. “É uma emoção muito grande participar deste momento histórico e saber que a vacina chegou e daqui a algum tempo vamos poder nos abraçar. É a cura chegando”, afirmou.
No arquipélago de Ilhabela, o médico responsável pela internação respiratória do hospital municipal Mário Covas foi o primeiro a se vacinar. Dr. Luiz Fernando comemorou aliviado o início da campanha no município. Veja aqui.
Primeira remessa da vacina
Na primeira remessa da Coronavac enviada pelo Estado, foram destinadas 3.880 unidades do antígeno ao Litoral Norte. Caraguatatuba recebeu a maior parte do lote, com 1.840 doses. Ubatuba teve direito à 840, São Sebastião 760 e Ilhabela 480.
A vacina, desenvolvida no Instituto Butantan, será disponibilizada em etapas. Após a distribuição do 1,5 milhão de doses de Coronavac destinadas ao Estado, a campanha de imunização será desenvolvida pelo governo federal, à medida que o Ministério da Saúde viabilizar mais doses.
Devido à quantidade insuficiente de vacinas liberadas neste primeiro momento para todo o País, será uma campanha inicialmente fechada. O Ministério da Saúde estabeleceu que, nesta primeira fase, serão vacinados primeiramente os profissionais de saúde, seguidos dos idosos que vivem em asilos, casas de repouso, vilas vicentinas e indígenas.