Máscaras utilizadas para proteção facial em meio a pandemia do coronavírus estão sendo descartadas irregularmente nas praias do Litoral Norte. Nos últimos dias, a equipe técnica do Instituto Argonauta retirou mais de 20 máscaras nas areias da região e informou que este número não pára de crescer.
O grupo realiza diariamente o registro fotográfico da situação das praias com relação a presença de resíduos sólidos, além da coleta e classificação. De acordo com o boletim, desde o início da pandemia foi encontrado lixo proveniente da pandemia nas praias: Capricórnio, Cocanha, Massaguaçu, Mococa e Prainha em Caraguatatuba, Vermelha do Centro, Tenório e Praia Grande de Ubatuba, Engenho D’Água e Armação em Ilhabela, Maresias, Boraceia, Boiçucanga, Olaria e trilha do Camburizinho em São Sebastião.
“As máscaras têm componentes orgânicos e sintéticos e o descarte incorreto tanto pode representar um risco a saúde humana, porque uma máscara de alguém contaminado ainda pode conter por algum período o vírus, quanto elas representam um risco a fauna marinha, como todo resíduo sólido humano de uma forma geral. Muitas delas tem tecido sintético e tiras de elástico que perduram por muito tempo. Tudo isso pode durar um tempo no ambiente marinho e fazer mal a fauna marinha”, explica o oceanógrafo Hugo Gallo Neto, diretor executivo do Instituto Argonauta e do Aquário de Ubatuba.
O Aquário e o Projeto Tamar de Ubatuba foram as primeiras instituições a trabalharem no Brasil a problemática do lixo no mar. A partir disso, diversas linhas de atuação foram adotadas, sempre no intuito de alertar a população sobre os impactos no meio ambiente, na saúde, e até na economia das quatro cidades que formam o Litoral Norte de São Paulo, baseadas principalmente no turismo.
O Boletim do Lixo, emitido mensalmente, fornece um banco de dados que ajuda na gestão e no direcionamento dos esforços de limpeza, na elaboração de artigos científicos e no fomento de ações de educação ambiental.