Jaguatirica e coruja morrem atropeladas em Ubatuba no fim de semana

Uma jaguatirica e uma coruja murucututu-de-barriga-amarela morreram atropeladas na BR-101, em Ubatuba, neste fim de semana. Conforme informações da Organização de Proteção à Fauna e Monitoramento Ambiental (Profauna), o número de acidentes com animais silvestres na região é crescente.

A jaguatirica foi atropelada na altura do Saco da Ribeira, próximo ao Instituto Oceanográfico da USP. Já a coruja, na Praia do Puruba, próximo à ponte do Rio Piquiri.

Os corpos dos animais foram encontrados e removidos pela Polícia Militar Ambiental. Eles foram doados para a Universidade Anhanguera de São José dos Campos, para fins científicos e didáticos.

Tiago Leite, coordenador-geral da Profauna, conta que a ONG monitora as vítimas de atropelamento desde 2005 e no período já foram registradas mais de 600 ocorrências, com mais de 87 espécies diferentes, inclusive algumas ameaçadas de extinção.

Animal silvestre vítima de atropelamento em Ubatuba (Imagem: Profauna)

“O atropelamento de animais silvestres na BR-101 é recorrente. A estrada é muito carente em termos de infraestrutura e quem acaba sofrendo é a diversidade biológica, que inclusive, é bem rica no município”.

Números dos atropelamentos nas rodovias

Mais de 450 milhões de animais morrem atropelados por ano nas rodovias e estradas brasileiras, mais de 20 animais por segundo. Dentre os animais atingidos por veículos, 89% acabam morrendo, segundo dados da Profauna.

O atropelamento é um dos maiores causadores de mortalidade de animais silvestres, em número maior até mesmo do que a prática de caça legal, bem como do tráfico de animais silvestres.

Animal silvestre vítima de atropelamento em Ubatuba (Imagem: Profauna)

“Os atropelamentos causam grande impacto no ecossistema por não serem seletivos, afetando diversas espécies animais de pequeno, médio e grande porte em diferentes estágios de seus ciclos de vida”, lamenta o coordenador-geral da ONG.

Dicas para evitar acidentes

  • Ao pegar estrada à noite, dirija com cautela, porque os animais atravessam a pista e acabam ficando paralisados e atordoados com a luz alta dos faróis, sendo, por isso, vítimas de colisão.
  • Redobre a atenção quando passar por áreas de unidades de preservação, onde normalmente ocorre o fluxo de fauna maior. Estas áreas são sinalizadas por placas.
  • Respeite o limite de velocidade nas rodovias e em áreas protegidas, vá devagar. Estudos comprovam que motoristas que adotam velocidades inferiores ao limite da pista, em até menos 20 km, reduzem em 50% o risco de atropelamento de animais silvestres.

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