Cabeleireira tem auxílio emergencial negado por constar como vereadora

Uma cabeleireira teve auxílio emergencial negado por constar como vereadora em São Sebastião, segundo dados da Caixa Econômica Federal. A profissional, que está impedida de trabalhar pela quarentena contra o coronavírus (Covid-19), chegou a se candidatar nas últimas eleições, porém, ela nunca foi eleita.

Auxilio emergencial foi negado para cabelereira que não foi eleita

Keila Cristina da Silva, moradora do Sertão de Cambury, costa sul da cidade, se assustou ao receber a resposta do Governo Federal. Ela fez a solicitação pelo aplicativo da Caixa Econômica, afinal, ficou impedida de trabalhar desde o primeiro dia do isolamento social.

Quando a resposta chegou com a negativa da solicitação, pois constava como “cidadã com emprego formal” que “exerce mandato eletivo”, a cabeleireira teria procurado o vereador Daniel Simões, de São Sebastião, do PP, para pedir uma orientação sobre o ocorrido . “Ele disse para eu não falar nada que iria me ajudar”.

No documento do Tribunal Regional eleitoral ela aparece com a situação da candidatura deferida e após a eleição aparece como suplente do partido.

O mandato eletivo é o cumprimento das obrigações de determinados cargos por um período legalmente determinado. A habilitação para investidura e posse no cargo eletivo se efetiva pela vitória em uma eleição.

Depois de vencer a disputa nas urnas, a Justiça Eleitoral concede ao candidato um diploma, atestando a legitimidade para tomar posse e para exercer as funções relativas ao cargo para o qual foi eleito, segundo o site do TSE.

O Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) é como um fundo de investimento que oferece benefícios de aposentadoria e pensão por morte aos seus segurados e favorecidos. Porém, desde a aprovação da Lei nº 9.717/1998, esse regime passou a excluir servidores comissionados, temporários ou com mandato eletivo. Logo, ainda que Keila houvesse sido eleita em 2016, não seria contemplada pelo RPPS.

Cabeleireira precisará provar que não é vereadora

A assessoria de comunicação da Câmara dos Vereadores de São Sebastião confirmou que Keila não foi eleita e Fábio Menezes, diretor do cartório eleitoral de  São Sebastião, informou que muitos erros aconteceram na Dataprev.

A Dataprev é uma das maiores estatais de tecnologia do Brasil. Atualmente, é responsável pelo processamento e pagamento de benefícios dos cidadãos brasileiros e detém todos os dados pessoais e sociais da população.

“O interessado poderá obter na Câmara Municipal certidão de que não exerce mandato eletivo, tendo em vista que a competência da Justiça Eleitoral se encerra com a diplomação dos eleitos, e, após, apresentá-la na Caixa Econômica Federal, a fim de resolver a pendência”, informou Menezes.

“Infelizmente, falta uniformidade no atendimento das agências bancárias da CEF e algumas não estão resolvendo a situação, mesmo com a apresentação da aludida certidão. Assim, orienta-se, em último caso, que o prejudicado proceda à reclamação formal no serviço de ouvidoria da CEF”, orienta.

Ele ressaltou, por fim, que a Receita Federal efetivou, de ofício, a regularização dos CPFs dos cidadãos com pendências eleitorais e que o TSE, de igual modo, determinou a reversão do cancelamento dos títulos dos eleitores que não realizaram a biometria obrigatória, em função suspensão do atendimento presencial dos Cartórios Eleitorais.

Procuramos o vereador Daniel Simões, mas até o fechamento desta edição não obtivemos resposta.

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