A Polícia Civil de São Sebastião investiga a responsabilidade pelo fechamento da Rodovia Dr. Manoel Hyppolito do Rego (Rio-Santos), em Juquehy, na Costa Sul do município. A ação foi registrada na noite da última terça-feira (19) e manhã de quarta-feira (20) contra a descida de turistas no super feriado.
A medida foi decretada na capital e região metropolitana do São Paulo, com objetivo de combater a pandemia do coronavírus (Civid-19). Na ocasião, houve uma espécie de confronto entre moradores e turistas que tentavam passar pelo local em direção ao Litoral Norte. A rodovia foi fechada com a queima de pneus e materiais inflamáveis e gerou muita confusão.
Mas o caso ganhou repercussão quando um áudio foi divulgado no dia seguinte com a líder comunitária Paulo Araújo, conhecido como Pauleth, em conversa com o prefeito Felipe Augusto. Na mensagem eles combinam o envio do camandante da Secretaria de Segurança (Segur) para ajudar no controle do acesso.
Diante do cenário e do fechamento no dia anterior, foi instaurado inquérito no 2º DP, localizado em Boiçucanga, também na Costa Sul. A ação da polícia visa apurar a responsabilidade pelo caso, uma vez que as autoridades competentes não haviam sido informadas da manifestação.
Segundo o investigador chefe da Polícia Civil, Ricardo Marques, duas pessoas foram ouvidas, entre elas, Pauleth. Outras ainda devem ser chamadas para prestar depoimentos.
Em relação ao áudio, Marques explica que o prefeito deve ser ouvido em outra esfera, pelo juiz ou promotor, porque tem uma espécie de foro privilegiado, com base no artigo 29, inciso X da Constituição Federal. A lei define que julgamento dos prefeitos deve ocorrer no Tribunal de Justiça.
Polícia Civil
Pauleteh Araújo usou suas redes sociais para explicar o que teria ocorrido naqueles dias. A manifestação na noite de terça-feira foi para inibir a chegada de turistas e ligou para o prefeito Felipe Augusto porque precisava de apoio, no dia seguinte, para manter a segurança da comunidade.
“Nossa ideia era fechar a entrada de Juquehy por 30 minutos e liberar cinco, de forma pacífica, mas o comando da Segur informou que não seria o ideal dessa forma, pois não havia autorização. Fomos orientados a ficar na calçada e usar o megafone para fazer um protesto”.
Já a Prefeitura de São Sebastião informou, por meio de nota oficial, que o áudio vazado tinha como conteúdo central a segurança à população do município diante da pandemia do novo coronavírus.
“Uma pena que diante da maior pandemia de nossa história e de uma crise sem precedentes que afeta a todos, seja na saúde ou na economia, grupos políticos se aproveitem para disseminar conteúdos fora de contexto”, diz a nota.