A Associação de Jipeiros de Ilhabela (AJI) promoveu um protesto com mais de 70 trabalhadores da categoria pelas ruas da cidade, nesta quarta-feira (27). O objetivo é que pudessem ser ouvidos pela administração pública no projeto de retomada econômica pós coronavírus (Covid-19).
Os profissionais são contra as medidas da Secretaria de Turismo em relação à venda antecipada de pacotes de passeios que visa acelerar a economia em meio a crise.
Os manifestantes percorreram as principais ruas do arquipélago, passando pela balsa, rotatória do Itaguassú, até chegarem ao Paço Municipal. Os jipes levavam faixas de protesto e dizeres contra a secretária de Turismo, Bianca Colepicolo.
Para eles, o sistema proposto de venda de vouchers turísticos cria limitações. O site de venda não teria opções tanto para os jipeiros oferecerem o trabalho, quando para os clientes escolherem a melhor opção de passeio. Os profissionais também reclamam que o sistema vai provocar reserva de mercado, indo contra a livre demanda.
“Fizemos uma nota de repúdio porque verificamos que muitas coisas não se enquadravam em nossa realidade. Então nos posicionamos para que o programa não fosse para frente até sermos chamados para entender melhor o projeto. E também porque nós, os verdadeiros atores do turismo, não fomos consultados”, afirmou o presidente da AJI, Fernando Rodrigues Mendes.
Ele contou ainda que resolveram fazer a carreata, pois não tinham obtido resposta sobre o documento. “Aproveitamos também para fazer reivindicações antigas que nunca foram atendidas. A exemplo da reforma de estruturas dos atrativos naturais, como trilhas e portarias, além da legalização do serviço de receptivo de navios”.
Respostas
Após a manifestação, representantes da Prefeitura de Ilhabela se reuniram com a categoria. Donos de casas de aluguel, que se sentem prejudicados pela quarentena, também participaram da conversa.
Durante o encontro, foram discutidas propostas para o Plano de Retomada, que está em construção. Também ficou decidida a criação de dois grupos de trabalho, com cinco pessoas representantes de jipeiros e o mesmo número de donos de casas de aluguel. Eles devem agora participar das reuniões de elaboração do projeto, junto com a prefeitura e integrantes da sociedade civil.