“A Ecobus está na UTI”. Esta frase é de Francisco Israel do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Urbano Rodoviário de Cargas e Categorias Diferenciadas do Litoral Norte (Sttrucad). A empresa é responsável pelo transporte público de São Sebastião e, segundo Francisco, além dos ônibus em péssimo estado de conservação que colocam a vida de funcionários e passageiros em risco, o repasse da prefeitura está atrasado, deixando a empresa em uma situação bastante complicada.
Ele explica que, em média, 55% do que a empresa arrecada vem da prefeitura com o passe escolar, os vale-transportes, então, não tendo este repasse, a empresa tem problemas.
“Fica bem difícil assim. Como agora vai chegar o 13° do pessoal em dezembro, eu não sei como vai ficar o pagamento; se essa situação não melhorar, não mudar, não sei o que vai acontecer com o transporte em São Sebastião. O poder público tem grande culpa nisso tudo, até mesmo os vereadores que estão entrando com vários processos, tudo o que fazem contra a empresa. O vereador é fiscal da prefeitura, então, tem que checar se os repasses estão sendo feitos em dia. A nossa obrigação é sair em defesa do trabalhador, os 300 funcionários da Ecobus”, enfatiza.
A categoria está convocada para assembleia na terça-feira (15) com atenção especial à viação. “Esta assembleia é na verdade continuação do dia 30 de setembro; os assuntos mais abordados no caso serão o dissídio coletivo e as condições de trabalho. Sobre as condições péssimas dos ônibus, como estão em foco, vão mais além do que se possa imaginar e nos traz uma grande preocupação com o futuro da empresa”, explica.
A reunião corre o risco de ser bastante tensa, segundo Francisco, que afirma ter evitado muitas vezes manifestar-se a respeito destes problemas. “Mas agora vamos explicar para os nossos colaboradores, os motoristas que nós representamos, que não enxergamos um futuro legal no sistema de transporte se perdurar esse problema do repasse irregular da prefeitura”.
Reclamações
A população de São Sebastião tem utilizado frequentemente as redes sociais para manifestar-se contra o serviço prestado pela empresa.
“Outro dia (esta semana) quebrou o ônibus e toda hora quebra ônibus. Não vejo esta crise na Litorânea. A cada 15 dias vou para São José dos Campos, os ônibus são pontuais e dificilmente há notícias de terem quebrado e parado na estrada”, desabafou um usuário.
Uma pessoa postou: “Ecobus, vocês precisam se organizar, tenho uma cozinheira que vem de Boiçucanga e cozinheira não pode atrasar porque atrasa o almoço. Temos que pagar vale transporte, crises de baixa temporada . Vocês são exclusivos em São Sebastião, faça o favor!”.
E outra respondeu: “Não só as cozinheiras como todos que necessitam de transporte, as pessoas que precisam de consulta médica, negócios, banco; uma vez que estamos no submundo onde sequer tem um caixa 24 horas, serviços médicos, clínicos e laboratoriais seria pedir muito neste bairro? Coisa de grandes conquistas pedimos o mínimo, o transporte e que ainda é um absurdo pelo atendimento que é de péssima qualidade. Falta de respeito com as pessoas que usam”.
O jornal Nova Imprensa procurou a Ecobuse a Prefeitura, mas até o fechamento da matéria não houve retorno.