Estudantes de Ilhabela realizaram uma visita à agência dos Correios, onde postaram
cartas para Maria da Penha, mulher que inspirou a Lei 11340/2006, data que se tornou crime a violência contra a mulher. Ao todo, foram enviadas 98 cartas à ativista, que ficou paraplégica após levar um tiro do companheiro.
As cartas foram produzidas pelos alunos do 7º ano do Ensino Fundamental II da E. M. Profª Drª Ruth Correia Leite Cardoso, na Barra Velha, revisadas e reescritas durante as aulas de Leitura e Produção de Textos e endereçadas ao Instituto Maria da Penha, localizado no Recife.
“Os alunos tiveram a oportunidade de aprimorar suas capacidades de escrita através da produção de um gênero textual autêntico”, afirma o professor responsável pelo projeto, Arnaldo Sobrinho. Uma vez prontas as cartas, as turmas preencheram os envelopes, tomando contato com elementos como destinatário e remetente.
O envio das cartas encerra um trabalho que contou ainda, com o estudo do texto da Lei Maria da Penha, a realização de um seminário oral e a produção de um vídeo. “Uma educação linguística significativa e eficiente não pode ignorar que toda prática de linguagem, oral ou escrita, visa sempre um objetivo social”, diz Sobrinho.
Os alunos terão ainda a oportunidade de participar de um bate-papo com Maria da Penha, através de uma videoconferência realizada por Skype. “Na era digital, o letramento precisa levar em conta as novas possibilidades de interação trazidas pelas tecnologias da comunicação”, finaliza o professor.
Maria da Penha
Nascida no Ceará, a farmacêutica se tornou conhecida por sua luta em defesa das mulheres vítimas de violência doméstica. Em 1983, ela levou um tiro do marido e ficou paraplégica, tendo que interromper a sua carreira profissional.
Num momento em que ainda vigorava a ideia de que “em briga de marido e mulher, não se mete a colher”, Maria da Penha lutou por 20 anos para que seu agressor fosse preso – esforço oficialmente reconhecido em 2006, quando foi sancionada a lei 11.340, que tornou crime a violência doméstica e familiar praticada contra a mulher.