Um relatório minucioso produzido pela Secretaria de Educação, após vistoria em todas as unidades escolares, aponta problemas estruturais em diversas unidades escolares. Segundo o documento, a maior parte das obras anunciadas na administração anterior está irregular e nem mesmo a manutenção básica dos prédios foi feita para 2017.
De acordo com o prefeito de Caraguatatuba, Aguilar Júnior (PMDB), a situação encontrada em várias unidades escolares é precária. “Algumas tiveram reformas recentes e nem sequer tem interruptor. Outras unidades estão com sérios problemas de vazamento, fora as estruturas que colocam em risco nossas crianças”.
Ele informou ainda que já todas as empresas responsáveis pelas obras para que os reparos sejam feitos de forma emergencial.
“Em estudo prévio estimamos um gasto de R$ 3 milhões a mais nos cofres públicos para concluir as obras”, explicou o secretário de Educação, Ricardo Ribeiro. “Nem mesmo as manutenções básicas foram feitas”, ressaltou.
O secretário garantiu que todas as providências serão tomadas para o começo das aulas no próximo dia 31 de janeiro.
“Estamos entrando em contato com as empreiteiras responsáveis pelas reformas e ampliações para que elas voltem e terminem os serviços, mas também corrijam as falhas de construção”, explicou.
“Neste momento estamos correndo para por tudo em ordem, efetuaremos os reparos de maior urgência para garantir o início do ano letivo, dentro da disponibilidade todas as obras serão concluídas e os problemas corrigidos”, garantiu.
As equipes de manutenção da Secretaria de Educação trabalham direto para garantir que as escolas tenham condições para receber os alunos no início do ano letivo.
A maior dificuldade é com as unidades mais afastadas da região central por causa do fluxo de carros da temporada.
“Tivemos uma equipe que demorou um dia inteiro para atender o bairro Tabatinga, na região norte de Caraguatatuba, por causa do trânsito”, disse Ribeiro.
Raras são as escolas que não apresentam problemas. Na escola Massako Sone, por exemplo, no bairro Pegoreli, botijões de gás foram improvisados numa sala fechada para a reforma da cozinha e o forte cheiro de gás oferecia risco de explosão.
A obra de reforma está inacabada, faltam vidros e telas da cozinha, o forro de madeira também não foi trocado. Nas salas e por toda unidade falta acabamento de pintura, os fios elétricos estão expostos e a posição das portas dos banheiros adaptados dificulta a entrada de cadeirantes.
CIDE’s
A situação dos Centros Integrados de Desenvolvimento Educacionais (CIDE’s) é ainda mais complexa.
Com pouco mais de três anos de uso, com um custo total de cerca de R$ 33 milhões, nas três unidades, os pisos estão estufando, há rachaduras e infiltrações, a pintura está descascando, reboque esfarelando e problemas na parte elétrica.
No CIDE Centro, localizado no bairro Tinga, a obra de ampliação dos berçários foi entregue com vários problemas. A calçada é alta e oferece risco de queda às crianças e funcionários e o sistema de calha foi improvisado e favorece o acúmulo de água.
No banheiro, os ralos estão destampados, falta parafuso de um dos vasos sanitários e não há barra de segurança, nem antiderrapante para evitar a queda das crianças. Também falta o espelho dos interruptores de energia.
Na área externa, também é possível observar início de rachaduras e não há tampa na caixa de esgoto. Para evitar que fezes e urina fiquem expostas, foi improvisada uma tampa de madeira. Há falhas de acabamento nos azulejos, sinais de infiltração e parte do material foi deixado no local.
A rede municipal de Caraguatatuba possui 52 unidades escolares com um total de 18.083 alunos e 1.276 professores.