A Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) do Estado de São Paulo anunciou o início de uma obra no Litoral Norte: a dragagem do berço de atracação da travessia entre São Sebastião e Ilhabela. O investimento para a obra está estimado em R$ 6,4 milhões.
A intervenção, classificada como histórica pela pasta, deve começar na primeira quinzena de dezembro e tem como objetivo principal recuperar a profundidade ideal para a navegação das balsas.
A medida vai eliminar os problemas causados pelo assoreamento natural do local, que é agravado por fatores como chuvas, ventos e o movimento constante das embarcações. O acúmulo de sedimentos tem comprometido a segurança e a eficiência do serviço, elevando os riscos de retenções e até de danos estruturais às balsas.
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“Pela primeira vez veremos o berço de atracação de Ilhabela ser dessassoreado, uma ação estruturante e aguardada há anos. Trata-se de uma obra essencial para garantir a segurança, a eficiência da navegação e a continuidade do serviço,” destacou Denis Gerage Amorim, subsecretário de Logística e Transportes.
A travessia e a fauna marinha
A dragagem abrangerá uma área de cerca de 20 mil metros quadrados e prevê a remoção de 22 mil metros cúbicos de sedimentos, o volume equivalente a aproximadamente 1.500 caminhões de areia.
O grande desafio da operação é executá-la sem interromper a travessia, que é vital para a região. O serviço transporta diariamente cerca de 11 mil pessoas, um número que explode na alta temporada, com aumento de 42% no último Réveillon, e responde por 22% do volume total transportado no sistema estadual.
A expectativa é que o trabalho restabeleça a profundidade mínima de 3,7 metros no berço, garantindo a segurança das embarcações e a agilidade nas manobras. A previsão é que toda a dragagem seja concluída em até 90 dias após o início, mantendo o serviço de travessia totalmente funcional durante as festas de fim de ano e a alta temporada.
A Semil garante que a obra será conduzida com rigoroso monitoramento contínuo da fauna marinha e do ecossistema local. A licença ambiental exige a participação de associações credenciadas e representantes do poder público para fiscalizar o processo.
A fase preparatória inclui a realização de dez encontros públicos com a sociedade civil, empresas e poder público nos dias 11 e 12 de novembro em Ilhabela e São Sebastião. O objetivo é discutir o projeto, o monitoramento ambiental e esclarecer dúvidas antes que as máquinas entrem em ação.