A ONG Rede do Bem criou uma vaquinha online para uma jovem ilhabelense, de 21 anos, voltar a enxergar. Maria Steffanie de Araújo Vasconcelos sofre há sete anos com ceratocone, uma deformação rara nas córneas. O objetivo da ação solidária é adquirir R$ 6 mil para compra de lentes especiais que ajudam na correção do problema.
A estudante teve o diagnóstico da doença aos 14 anos. Ela cursou até o terceiro ano de pedagogia, mas precisou trancar o curso por conta da piora dos sintomas. Há um ano e meio, Maria passou a ter extrema dificuldade para executar tarefas simples de seu dia-a-dia, tanto no trabalho quanto nos estudos.
“Precisei trancar a faculdade, não consigo mais ler e escrever. Então ficou inviável fazer as atividades propostas”, lamenta a jovem.
Ajuda negada
Maria Steffanie, que precisa urgentemente das lentes corretoras, foi à Prefeitura de Ilhabela e deu entrada no processo de ajuda financeira para o tratamento. Porém, o processo foi levado até a Justiça, que negou o pedido, alegando que o caso não é urgente.
Com a negativa, a menina não conseguiu a liberação do dinheiro e sua história chegou a Rede do Bem, que elaborou uma campanha para arrecadar o valor. “O mais triste é que o juiz é um conhecido da jovem e sabia de perto suas reais necessidades, fato que nos comoveu demais”, desabafou Juliana Horta, uma das líderes da ONG.
Além do ceratocone, a jovem acabou desenvolvendo sintomas psicológicos, atrelados aqueda da qualidade de vida. “Conversei muito com Maria, recomendei a ela passar pela UBS e solicitar terapia para as crises de pânico e ansiedade – que ela acabou desenvolvendo com o agravamento do ceratocone – até conseguirmos a captação do total do recurso”, explicou Juliana.
O Instituto da Rede do Bem é uma ONG que atua de forma voluntária em diversas questões, desde captação de alimentos para doação às famílias que não tem documentação em dia e não podem ser atendidos pela prefeitura de Ilhabela, ajuda na doação de roupas, até casos graves do município.
O que é o ceratocone?
Ceratocone é uma doença genética rara, de caráter hereditário e evolução lenta. O problema se manifesta mais entre os 10 e 25 anos, mas pode progredir até a quarta década de vida ou estabilizar-se com o tempo.
A perda progressiva da visão, que se torna borrada e distorcida, tanto para longe quanto para perto, e obriga a aumentar com frequência o grau das lentes dos óculos até que a solução é substituí-los por lentes de contato, que podem ser de diferentes tipos.
Outros sintomas são fotofobia, que é sensibilidade à luz, comprometimento da visão noturna, assim como a diplopia ou visão dupla. E ainda a formação de múltiplas imagens de um mesmo objeto (poliopia) ou de halos ao redor das fontes de luz são outros sintomas da doença.
No estágio inicial do ceratocone, segundo o médico oftalmologista Dr. Marcelo V. Netto, os pacientes apresentam baixa da visão, principalmente noturna, e aumento progressivo da miopia e principalmente do astigmatismo.
Nesse estágio inicial, o uso de óculos ou lentes de contato gelatinosas é capaz de oferecer uma boa visão ao paciente. Com a evolução do ceratocone, é esperado uma aumento progressivo da miopia e do astigmatismo. Nesses casos, a visão de longe diminui bastante e torna-se ainda pior a noite.
No estágio seguinte, o astigmatismo aumenta bastante e se torna irregular, gerando uma imagem borrada e distorcida. Os óculos passam a não mais oferecer uma visão satisfatória e somente as lentes de contato rígidas são capazes de melhorar parcialmente a visão.
Como ajudar
As doações, de qualquer valor, podem ser feitas direto no site da campanha, Ajudaê.
É possível ainda fazer depósito em conta:
Nome: Brendah Roman Horta
Banco: Caixa Econômica Federal
Agência: 3334
Código para depósito 013 Conta poupança: 5680-0
CPF: 488.678.988-92
Pix:
Juliana Horta
Chave: 12992432238 ou 26481347866
Informações: (12) 99243-2238.