Sete índios da Aldeia Guarani do Rio Silveira, na divisa entre os municípios de São Sebastião e Bertioga, testaram positivo para o novo coronavírus (Covid-19). Foram realizados 372 testes rápidos sorológicos pelo Instituto Butantan, vinculado à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, em parceria com as secretarias municipais.
Atualmente, a aldeia conta com 430 índios cadastrados na Funai, sendo 90 famílias distribuídas em 120 ocas. O objetivo da iniciativa é avaliar esses grupos, que são considerados vulneráveis, por meio de testes rápidos e tomar as medidas necessárias para barrar a disseminação do vírus.
Além dos testes positivos, 25 amostras foram enviada para investigação médica de PCR. Este tipo de teste aponta, em cerca de 20 minutos, se há presença de vírus ativo e se houve contato anterior com a doença. Caso haja resultado positivo, é realizada imediatamente a coleta para que o exame de sangue confirme. A análise do material é feita em laboratório em São Paulo e encaminhado via Vigilância Epidemiológica do município.
Segundo a chefe do Serviço de Promoção dos Direitos Sociais e Cidadania (Sedisc) da Funai, Karina Ono, o isolamento é a etapa mais desafiadora da ação devido à ausência ou dificuldade de adaptação em estruturas prévias nas aldeias. Ela também explica a falta de estrutura em relação a manutenção de um espaço hospitalar, com fornecimento de alimentação, camas/leitos, adaptação de banheiros com chuveiros, cozinha, cuidados médicos e transporte à rede estadual em casos graves.
“É fundamental uma atuação conjunta entre Sesai, Funai, Secretarias de Estado e Municípios para garantir locais adequados de isolamento nas aldeias”, ressalta Karina.
Desde o início da pandemia do coronavírus, as visitas à aldeia estão proibidas para evitar o contato de risco de contaminação da população indígena.