Aparecimento de caravelas e águas-vivas alerta banhistas no Litoral Norte

Com a chegada do verão, frequentadores das praias de Caraguatatuba, Ubatuba, São Sebastião e Ilhabela estão em alerta para a presença de caravelas-portuguesas e águas-vivas. Nessa época é maior a incidência desses animais na areia e em águas rasas.

O fenômeno é justificado por biólogos como uma consequência natural da época: as correntes marítimas costeiras, somadas ao aquecimento das águas, acabam transportando os cnidários para a orla.

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Caravelas belas e perigosas

A principal preocupação das autoridades é com as crianças, que frequentemente são atraídas pelas cores vibrantes das caravelas.

Diferente das águas-vivas, que geralmente são transparentes e nadam ativamente, a caravela-portuguesa (Physalia physalis) possui uma bolsa de ar em tons de roxo e rosa e não nada, apenas flutua sendo levada pelo vento e pelas marés.

Seus tentáculos, no entanto, podem atingir metros de comprimento e carregam uma toxina potente, capaz de causar dores intensas e queimaduras mesmo após o animal estar morto na areia.

Ao avistar o animal na água ou na areia, a recomendação é não entrar no mar, manter distância e alertar imediatamente um guarda-vidas.

Caso ocorra o contato acidental com os tentáculos, a rapidez e a técnica correta no primeiro atendimento são determinantes para aliviar a dor e impedir o agravamento da lesão.

O protocolo indicado pelos bombeiros começa pela saída imediata da água para evitar novos contatos. É fundamental que a vítima jamais esfregue a região afetada, pois o atrito rompe as cápsulas de veneno que ainda estão intactas sobre a pele, potencializando a queimadura.

A limpeza do local deve ser feita exclusivamente com a própria água do mar, que ajuda a remover os tentáculos sem ativar a toxina. Em seguida, deve-se aplicar vinagre sobre a lesão, pois a substância neutraliza o veneno e alivia a dor.

Caso restem pedaços do animal grudados na pele, a remoção deve ser feita com auxílio de uma pinça ou objeto similar, nunca com as mãos desprotegidas.

Especialistas alertam enfaticamente sobre o erro comum de lavar a queimadura com água doce. A diferença de pH da água doce em relação à água salgada faz com que as células de veneno estourem, liberando mais toxina no corpo da vítima.

Da mesma forma, receitas caseiras como urina, pasta de dente ou sabonete são contraindicadas, pois podem causar infecções e aumentar a irritação. Em situações de reações alérgicas graves, como dificuldade respiratória, vômitos ou inchaço no rosto, o banhista deve ser encaminhado com urgência ao Pronto Socorro mais próximo.

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