O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de São Sebastião (Sindserv) anunciou uma greve geral na próxima terça-feira (11). A categoria busca aumento salarial, que ainda não foi atendido. Além disso, pedem o reajuste dos vales, que foram negociados em maio com a prefeitura, mas ainda não colocados em prática.
O grupo afirma que permanece aberto ao diálogo com a gestão municipal e que, caso uma nova proposta seja apresentada pela gestão municipal, ela será debatida em uma assembleia geral extraordinária, antes da greve.
De acordo com a presidente do Sindserv, Angélica Garcia, além da ausência de reajuste salarial, a categoria está indignada com a não efetivação da contraproposta da prefeitura de aumento dos vales.
A mudança acordada era de 100% no vale-alimentação (de R$ 495 para R$ 990 mensais), e do vale-refeição em 25% (de R$ 40 para R$ 50 diários).
“O prefeito anunciou publicamente o reajuste dos vales, e até agora nada foi implementado. O vale-alimentação, por exemplo, é essencial para os servidores com os menores salários, e esse avanço ajudaria muitas famílias”, ressalta Angélica.
Segundo o sindicato, foram realizadas duas reuniões com a prefeitura — a primeira com a presença do prefeito, no início de maio, e outra posteriormente, com secretários municipais e técnicos de finanças. No entanto, as tratativas não avançaram e a gestão voltou ao “silêncio do início do ano”.
O sindicato destaca que os servidores públicos municipais dependem da prefeitura para a revisão geral anual dos salários, que, conforme a Lei Municipal nº 146/2011, deveria ser realizada todos os anos, em maio.
“Com tantos anos sem reajuste, hoje há servidores recebendo menos que um salário mínimo federal na Tabela de Referências. Muitos têm que fazer ‘bico’ para complementar a renda”, completa Angélica.
O sindicato afirma que a inflação acumulada até a data-base (1º de maio de 2024 a 30 de abril de 2025) é de 5,53%, segundo o IPCA, mas a reivindicação aprovada em assembleia é de 10% de reajuste, considerando perdas salariais de anos anteriores sem revisão. A proposta tem como base análise das contas públicas do município apresentada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Mobilização e condições de trabalho
Desde o início de abril, a categoria intensificou a campanha salarial com diversas ações, como paralisação e passeata, ocupações na Câmara Municipal, e atos públicos com atrasos e paralisações pontuais em frente à garagem/Secretaria de Serviços Públicos.
A mobilização também cobra melhores condições de trabalho, como mais concursos públicos e estrutura mínima para o desempenho das funções de atendimento à população