Campanha salarial em São Sebastião: Prefeitura e sindicato continuam o cabo de guerra

Prefeitura e sindicato continuam o cabo de guerra da campanha de reajuste salarial dos servidores municipais de São Sebastião (leia aqui). Enquanto uma parte significativa da categoria, segundo a prefeitura, pressiona o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindserv) para aceitar a proposta de reajuste nos vales alimentação e refeição, a entidade sindical mantém a reivindicação por um aumento salarial geral, alegando que a proposta atual não beneficia a todos.

Na tarde desta segunda-feira (16), um grupo de servidores manifestou-se na sede do Sindserv, endossando a oferta do prefeito Reinaldinho Moreira. A proposta da Prefeitura prevê um aumento de 100% no vale-alimentação, elevando-o de R$ 495 para R$ 990, e um reajuste de 25% no vale-refeição, que passaria de R$ 40 para R$ 50 por dia.

A adesão a esta proposta já conta com o apoio de 200 pessoas, que estariam exercendo pressão pela aceitação imediata. Delquio Monaro de Souza, agente da Defesa Civil, expressou a urgência: “A proposta da prefeitura é boa e irá aumentar o poder de compra das pessoas. Tudo está ficando mais caro, e esse incremento em nossa renda será muito importante e beneficiará muitas famílias. Se a gente ficar esperando o aumento, não tem dinheiro para comprar comida e esse valor do VR e do VA é bem maior para a maioria das categorias”, afirmou Souza.

Vinicius Gonçalves da Silva, que atua na Regional da Topolândia, corrobora o sentimento de pressa e necessidade. “Não podemos perder esse valor. Sou sindicalizado, mas não aderi à greve, assim como a maioria dos servidores. O sindicato não pode negar a proposta do prefeito, pois ele não representa a maioria, e a maioria quer o aumento dos vales”, declarou Silva.

A posição do sindicato

O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais explica que, em abril, protocolou uma Pauta de Reivindicações abrangente, que incluía um reajuste salarial de 10%, a readequação da Tabela de Referências e a ampliação dos subsídios para alimentação e refeição, entre outros pontos. A entidade destaca que o aumento do vale-alimentação atende apenas as cinco primeiras referências salariais, e o vale-refeição beneficia somente quem trabalha mais de seis horas diárias.

Angélica Garcia, presidente do Sindserv, esclareceu que a proposta de reajuste dos vales “é um resultado da nossa luta. A data-base foi primeiro de maio e a contraproposta veio quando protocolamos nossa agenda de atos e mobilizações, assim se iniciou o diálogo. Já é uma conquista, mas a vitória é quando se efetive uma proposta que atenda a todos”. Ela reforçou que “o Sindicato é a ‘casa’ do servidor e todos que decidem. E mais uma vez vamos fazer uma escuta ampla para que deliberem pensando nos direitos dos servidores”.

Para o dirigente sindical Anailton Pinheiro, a situação é delicada: “Temos parte da categoria que estes vales farão a diferença e precisam que seja feito urgentemente. E outra que poderá amargar ‘zero por cento’ este ano e não quer virar o ano com o salário cada vez mais arrochado” .

Pinheiro convocou todos os servidores, inclusive aposentados, para as próximas assembleias, onde a contraproposta do Executivo será novamente votada. As Assembleias Gerais Extraordinárias em caráter de urgência ocorrerão na Sede Central nesta terça-feira (17/6) e na Subsede Boiçucanga na quarta-feira (18/6), ambas com primeira chamada às 18h e segunda chamada às 19h.

O Sindserv reafirma que segue aberto ao diálogo e à discussão de novas propostas que contemplem os direitos e as necessidades de toda a categoria, mencionando que solicitou nova reunião com o Executivo na última sexta-feira (13/6), mas ainda não obteve resposta.


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