A temporada de baleias jubartes 2025 começou com dois avistamentos no final de abril, no Canal de São Sebastião. Ver uma gigante do mar saltar, com toneladas de beleza e rompendo a superfície do oceano a poucos metros da embarcação, é uma daquelas experiências que marcam a vida de qualquer pessoa para sempre.
Para moradores e visitantes do Litoral Norte, essa experiência está cada vez mais possível com o aumento da população de baleias, após a proibição da caça da espécie. O inverno na região é marcado pela migração dos animais, que nadam do sul em direção às águas mais quentes da Bahia para buscar alimentos e ter seus filhotes.
Junho e julho marcam o auge dessa temporada. No período, outras espécies também podem ser avistadas, como a baleia-tropical (Bryde), residente da região, além de golfinhos-nariz-de-garrafa, golfinhos-pintados-do-Atlântico, toninhas e até orcas. Raias-manta, tubarões-baleia e aves pelágicas completam o cenário.
De acordo com Júlio Cardoso, fundador do projeto Baleia à Vista, em 2024 foram registradas cerca de 600 baleias na região e a expectativa para 2025 permanece alta.
Turismo de observação
O turismo de observação de cetáceos tem crescido no Brasil a cada ano. A atividade, além de impulsionar o crescimento econômico local durante o período de baixa temporada no Litoral Norte, desempenha um papel essencial na pesquisa e conservação da espécie.
Ilhabela desponta como um dos principais destinos dessa modalidade. Além de suas belezas naturais, o arquipélago se destaca pelas ações de conservação ambiental e práticas sustentáveis, sendo referência nacional em ecoturismo. A cidade estruturou uma abordagem responsável para essa nova vocação turística. Em parceria com projetos e institutos ambientais, promove ações que unem turismo, ciência e educação ambiental, beneficiando moradores, visitantes e a fauna marinha.
“Consideramos o turismo de observação uma importante ferramenta de sensibilização e informação e, consequentemente, de conservação das espécies marinhas. Quem vê uma baleia nunca esquece, e entender a importância delas para o nosso planeta é essencial para que possamos proteger o ecossistema marinho como um todo”, comenta Rafaela Souza, bióloga e coordenadora da base do Instituto Baleia Jubarte no Litoral Norte de São Paulo.
São Sebastião
Com infraestrutura adequada e foco na preservação, São Sebastião também se consolida como um dos principais destinos de turismo de avistamento de baleias no Brasil, promovendo práticas sustentáveis, educação ambiental e parcerias estratégicas que ajudam a minimizar os impactos ao meio ambiente.
Com um ticket médio de R$ 350, os passeios geraram uma receita superior a R$ 4 milhões apenas para as operadoras da cidade, além do impacto positivo para restaurantes, hotéis e outros setores do turismo local.
A Prefeitura de São Sebastião realiza campanhas para promoção do turismo responsável de avistagem de baleias no município, como ações no mar, juntamente com a Defesa Civil e o Projeto Baleia Jubarte, considerado o mais importante instituto de preservação e conservação de cetáceos do Brasil e reconhecido internacionalmente.
O município abriga também o Espaço Vida Marinha, uma iniciativa em parceria entre a Prefeitura de São Sebastião e diversas entidades de conservação, como o Instituto Baleia Jubarte, o Projeto Baleia à Vista, o Instituto Argonauta e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio – Alcatrazes). O local promove a educação ambiental, oferecendo informações sobre passeios de observação de cetáceos no Canal de São Sebastião e no arquipélago de Alcatrazes. Além disso, conta com exposições fotográficas, ossadas de golfinhos e vértebras de baleias jubarte, proporcionando uma experiência imersiva sobre a vida marinha da região.