Saiba como avistar baleias com segurança no Litoral Norte

Está aberta a temporada de avistamento de baleias em Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba. Esse fenômeno, que ocorre entre junho e setembro, atrai ecoturistas, pesquisadores e curiosos em busca de uma experiência única. Mas ver de perto esses gigantes do mar exige respeito à natureza e à legislação ambiental.

Com a chegada do inverno e a descida das temperaturas, o mar do Litoral Norte de São Paulo se transforma em palco para um espetáculo natural raro: o avistamento de baleias-jubarte, francas e outras, que migram da Antártida para as águas mais quentes do Brasil.

As baleias não são apenas um símbolo de majestade marinha. Elas são fundamentais para a regulação do clima global. Estudos da ONU mostram que cada baleia retém toneladas de CO₂ em seu corpo durante a vida — e leva esse carbono para o fundo do mar ao morrer;

Ao mergulharem e emergirem, as baleias promovem o chamado “ciclo da bomba biológica”, que fertiliza as águas e estimula o crescimento do fitoplâncton, responsável por produzir mais de 50% do oxigênio do planeta.

 Onde ver baleias no Litoral Norte

As baleias costumam ser avistadas em diferentes pontos do Litoral Norte, com destaque para os canais e costa oceânica de Ilhabela, especialmente Praia do Bonete e Castelhanos. No canal de São Sebastião, assim como em Toque-Toque Grande e Maresias. Já em Ubatuba, aparacem muito nas praias do Félix, Almada, Prumirim e Itamambuca.

As aparições acontecem de diversas maneiras. Algumas baleias nadam próximas à costa e são visíveis da areia com binóculos, enquanto outras só são vistas em passeios embarcados, a poucos quilômetros mar adentro.

Durante os avistamentos, é possível observar comportamentos como saltos, batidas de cauda e sopros de ar que podem atingir até três metros de altura. Um verdadeiro espetáculo para quem tem paciência e respeito pela natureza.

O perigo de chegar muito perto: o que diz a lei

 

baleias

Muitos turistas buscam embarcações que prometem “chegar bem pertinho” das baleias. Isso é não só perigoso, como ilegal. Segundo Ibama e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade  (ICMBio), as regras de observação de cetáceos proíbem aproximação inferior a 100 metros para baleias e 50 metros para golfinhos; manobras bruscas, cercos ou perseguições aos animais.

Além disso, só autoriza a presença de mais de uma embarcação por vez na área de observação e proíbe todo e qualquer mergulho ou natação com baleias.

Descumprir essas normas pode gerar multas de até R$ 10 mil, além de sanções criminais e administrativas.

“A aproximação descontrolada estressa os animais e pode levar até ao abandono de filhotes. Sem falar que o movimento brusco de uma baleia pode virar uma embarcação”, alerta a bióloga Mariana Pinna, da ONG Projeto Baleia à Vista.

Como escolher um passeio legalizado e seguro

Nem todas as operadoras de turismo seguem as normas ambientais. Por isso, antes de embarcar, verifique se a empresa tem registro na Marinha e licença ambiental da Cetesb ou Ibama. Evite passeios que prometem “chegar bem perto” ou usam música alta no barco. Assim, dê preferência a empresas com condutores capacitados em turismo ecológico, como guias com formação em biologia marinha.

No Brasil, iniciativas como a APA Marinha do Litoral Norte e a Campanha “Olho Vivo nas Baleias”, liderada pelo ICMBio, orientam pescadores, marinheiros e operadoras a praticarem um turismo ético e consciente.

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