Uma pesquisa realizada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade de São Paulo (USP) e outras instituições brasileiras e estrangeiras identificou 11 novas espécies, nunca catalogadas pela ciência no mundo, vivendo na Baía do Araçá, em São Sebastião. No total, o espaço abriga 826 espécies.
De acordo com o artigo publicado na Revista Biota Neotropica, em 31 de maio, o ecossistema é rico em biodiversidade e fundamental para conservação do funcionamento marinho. As espécies vivem no fundo do mar, em costas rochosas e fundos arenosos.
Entre os novos animais descobertos, oito são anelídeos – parecidos com minhocas, que servem como fonte de alimento para os peixes. As outras três espécies são artrópodes, invertebrados com patas articuladas e uma carapaça protetora.
Vivem no mangue da Baía do Araçá 225 tipos de anelídeos, 194 moluscos e 177 crustáceos variados, que desempenham serviços decisivos para manutenção do ecossistema, como a reciclagem de nutrientes, e atuam ainda como indicadores de alterações na qualidade do ambiente.
Porém, as atividades humanas vêm impactando o sistema natural do local, principalmente os trabalhos do Porto de São Sebastião. Segundo a pesquisa, a zona portuária afeta o desenvolvimento das espécies e também tem impactos socioambientes, prejudicando a pesca artesanal, realizada tradicionalmente em canoas caiçaras.
O mapeamento da Baía do Araçá integra um trabalho científico mais amplo que vem sendo desenvolvido pelos pesquisadores na região, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp).