O projeto de lei que pretendia proibir o transporte de carga viva e, consequentemente, o embarque dos bois no Porto de São Sebastião, foi rejeitado na Câmara Municipal. Nesta terça-feira (7), a maioria dos vereadores acatou um parecer, que classificou a proposta como “ilegal e inconstitucional”. O parecer, de apenas cinco linhas, afirma que “compete à União regular essa matéria”.
O documento, assinado pelos vereadores Edivaldo Teimoso e Pedro Renato, foi aprovado também por outros cinco: Diego Nabuco, André Pierobon, Mauricio Bardusco, José Reis e Daniel Soares.
Antes da votação, o vereador Marcos Fuly, autor do projeto, exibiu imagens do transporte e embarque de bois. Além dos maus tratos, Fuly apontou danos ao meio ambiente e risco ao turismo. Citou também o mau cheiro na região central, causado pelas fezes dos animais.
Fuly divergiu do parecer que classificou o projeto como inconstitucional, e disse que a Câmara brigaria na Justiça para manter a proibição.
Os vereadores Wagner Teixeira, Ercilio Souza, Daniel Simões e Giovani Pixoxó se colocaram favoráveis ao projeto, enfatizando o sofrimento animal. Eles argumentaram ainda que o fim do embarque de cargas vivas não acarretaria impactos significativos na geração de empregos e receitas.
Já o vereador Teimoso, que trabalha no porto, bateu boca com manifestantes que ocupavam o plenário e com Fuly, a quem acusou de mentir. Também Mauricio ficou irritado com as vaias ao defender o parecer. Os demais permaneceram calados durante toda a discussão.
Nas redes sociais, o movimento “Carga Viva Não” protestou contra o resultado. “Para quem estão legislando os vereadores que ignoraram a opinião pública?”, questiona a publicação.