A média de atendimentos diários nas unidades hospitalares do Centro e da Costa Sul de São Sebastião devido ao aumento de casos de dengue é de cerca de 600 casos por dia. Antes da epidemia, esse número era de 300 pacientes.
De 1º de janeiro até a última terça-feira (9), a Secretaria de Saúde, registrou 5.403 notificações de casos suspeitos. Deste total, 1.662 resultaram em positivos. Até o momento, a cidade investiga três mortes suspeitas pela doença, que aguardam laudo do Instituto Adolf Lutz.
A nova secretária de Saúde, Laysa Pires, destacou a importância dos pacientes passarem a procurar as Unidades de Saúde da Família (USFs) em casos de sintomas mais leves para reduzir o tempo de espera na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e hospitais.
“Temos cinco USFs de sentinela, que funcionam no horário padrão das 8h às 17h e seguem com horário estendido até às 20h nos bairros da Topolândia, Enseada, Maresias, Juquehy e Boiçucanga. Além de todas as nossas USFs disponíveis para acolhimento de sintomas leves nos horários já padronizados das 8h às 17h. Pedimos, encarecidamente, o apoio da população para que passe a buscar esses serviços nas unidades de saúde de seus bairros quando os sintomas ainda não forem tão graves”, destacou.
O médico infectologista do Hospital de Clínicas de São Sebastião (HCSS), Carlos Capitani, reforçou a importância das visitas de profissionais das USFs às casas de pacientes que passam pela UPA com sintomas graves e a importância da conscientização da população sobre a gravidade da doença.
“Desde 2001, temos os tipos 1 e 2 de sorotipos da dengue. Esses pacientes que estão agravando, provavelmente, já tiveram um destes tipos anteriormente e agora estão tendo o outro. Por isso, a importância da imunização, que será para proteger esses dois sorotipos e para faixa etária que ainda não teve contato com esses tipos. Este será um grande bloqueio”, explicou o especialista.
Até o momento, o Ministério da Saúde prioriza a entrega de vacinas contra a dengue a municípios com população residente igual ou superior a 100 mil habitantes, considerados com alta transmissão de dengue nos últimos meses e também nos últimos dez anos.
Dados divulgados pelo Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que foram contabilizados 81.540 moradores em São Sebastião – o que ainda não enquadra a cidade dentro dos municípios prioritários para o recebimento das vacinas contra a dengue.
Por isso, segundo a secretária Laysa, é de extrema importância a participação de todos no combate ao mosquito da dengue e eliminação de criadouros. Neste contexto, agentes de endemias e agentes comunitários de saúde seguem com ações nos bairros do município.
Trabalhos de controle de criadouros foram realizados nos bairros de Juquehy, nos dias 4 e 5 de abril, e em Barequeçaba no último sábado (6). Na última segunda-feira (8), houve também controle de criadouros na Vila Sahy.
A nebulização costal também foi utilizada nos dias 4 e 5 em Juquehy e na segunda-feira na Vila Sahy.
Já a nebulização veicular passou pela região central na quarta-feira (3) pelo bairro da Praia Deserta e na quinta-feira (4) pelo bairro do Porto Grande.
De acordo com o Ministério da Saúde, além das ações realizada pelos agentes de saúde, a população também deve fazer a sua parte. Veja como contribuir:
– Uso de telas nas janelas e repelentes em áreas de reconhecida transmissão;
– Remoção de recipientes nos domicílios que possam se transformar em criadouros de mosquitos;
– Vedação dos reservatórios e caixas de água;
– Desobstrução de calhas, lajes e ralos;
– Participação na fiscalização das ações de prevenção e controle da dengue executadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).