No retorno do recesso, nesta terça-feira (1), os vereadores de São Sebastião já tiveram que decidir sobre um pedido de abertura de processo contra um dos colegas. O vereador Wagner Teixeira foi denunciado pelo assessor José Roberto Oliveira, do departamento de comunicação da prefeitura.
Beto Jalaska, como é conhecido, relatou que um ex-assessor de Wagner continua usando a estrutura do gabinete, onde seguiria trabalhando para o vereador, mesmo depois de exonerado no início do ano. Jalaska levantou a suspeita de “remuneração por fora” ou “rachadinha” – prática de repassar parte do salário a político ou a terceiros.
O assessor da prefeitura acusou Wagner de ser “cúmplice e beneficiário do crime de usurpação da função pública”. Jalaska ainda citou o nome de 17 funcionários da Câmara que, segundo ele, “possuem conhecimento dos fatos”.
Os vereadores, por unanimidade, rejeitaram a abertura do processo. Para Daniel Simões, foi uma denúncia orquestrada dentro de algum dos gabinetes dos vereadores. Ele pediu processo administrativo “contra todos os chefes de gabinete”, para apurar envolvimento na elaboração da denúncia.
Wagner acompanhou tudo à distância, em Miami. Procurado pela reportagem depois da votação, ele justificou a falta à sessão, alegando ter perdido o voo de retorno ao Brasil.
O vereador admite que o ex-assessor permanece trabalhando no gabinete, e que o “ajuda”, eventualmente, mas nega a prática de “rachadinha”.
Wagner acredita que Jalaska foi usado pelo prefeito Felipe Augusto, e avisa que vai processá-lo.
A reportagem também procurou Joaquim de Castro, o ex-assessor de Wagner, que diz trabalhar de forma voluntária. “Wagner não conseguiu me encaixar na Câmara, mas não deixei de prestar o serviço gratuitamente”, falou Castro, que também quer que Jalaska prove as acusações na Justiça.