Jardim da Câmara de São Sebastião custou R$ 61 mil

Uma área externa e ‘escondida’ foi o local escolhido para implantação de um jardim vertical, no prédio administrativo da Câmara de São Sebastião. As plantas na parede ocupam uma área de 22 metros quadrados, e o custo foi de R$ 61 mil.

Parte da despesa (R$ 12,5 mil) se deve à contratação de um projeto de paisagismo. Porém, a reportagem verificou que 17 dos 21 parágrafos são idênticos a um manual de implantação e manutenção de jardim, disponível no Google. O documento não cita a fonte das informações.

Para executar o jardim, a Câmara gastou mais R$ 49 mil. O documento que descreve os serviços contratados diz que “o trabalho compreende todos os prédios da Câmara”. Mas nada foi feito nos outros três endereços do Legislativo sebastianense, somente no prédio da Rua Capitão Luiz Soares.

O documento determina uso de vasos cones, mas os que foram fixados na parede têm outro formato. Não houve definição do material dos vasos, do espaçamento entre eles, nem a quantidade de plantas que deveriam ser fornecidas – detalhes essenciais para composição do orçamento. Das seis espécies previstas, pelo menos uma delas não está no local (a Rhoeo).

O projeto previa um sistema de irrigação automática, mas não há nenhum temporizador (dispositivo que controla a frequência da irrigação) instalado. A iluminação, com refletores embutidos, também só ficou no papel.

A despesa com paisagismo não passou despercebida pela fiscalização do Tribunal de Contas. “Os serviços se mostraram com preços excessivos pelo que foi apresentado e finalizado”, diz um trecho do relatório, emitido no mês passado.

A pedido da reportagem, a Odara Jardins, empresa de paisagismo situada no Varadouro, apresentou um orçamento para um jardim vertical, com as mesmas dimensões do que foi feito na Câmara. O preço ofertado foi de R$ 22 mil, quase um terço do que a Câmara gastou.

Os serviços foram contratados no ano passado, quando o vereador José Reis era o presidente da Câmara. A justificativa apresentada falava em “integrar homem com a natureza” e “melhor qualidade de vida”.

Procurado pela reportagem nesta terça-feira (11), Reis não respondeu aos questionamentos.

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