A Câmara de São Sebastião aprovou, nesta terça-feira (6), por unanimidade, a abertura de processo que pode resultar na cassação do vereador Diego Nabuco. Ele é acusado, pela ex-esposa, de quebra de decoro parlamentar. Na denúncia, Luciene Bonfim relata agressões, ameaças e descumprimento de medidas protetivas.
Antes da votação, Nabuco pediu que os colegas aprovassem a instauração do processo. “Para que eu possa provar minha inocência”, declarou o parlamentar, dizendo-se alvo de armação. “Pessoas interesseiras na parte financeira e querem me expor na parte política”, afirmou ele.
Houve impasse na formação da comissão que terá a incumbência de analisar a denúncia e a defesa. Os vereadores Mauricio Bardusco e José Reis foram sorteados, mas quiseram abdicar da responsabilidade, o que não foi aceito. Edivaldo Teimoso foi o terceiro sorteado, e escolhido presidente da comissão.
Antes mesmo de iniciar os trabalhos de apuração, Teimoso já antecipou sua posição: “O vereador tem que ser julgado pela Justiça, não por esta Casa”.
Os áudios apresentados pela ex-esposa foram transcritos pelo investigador Paulo José Moraes, em inquérito policial. “Hoje, nesse mundo que a gente vive de política, quem grava morre”, disse o vereador, em uma das gravações. “Você vai ver só, o pessoal vai acessar filha, vai ter acesso a tudo, as suas conversas. Vou receber tudo, tá? E é gente da prefeitura”, ameaçou, em outro áudio.
Para Moraes, o vereador diz que usaria “meios para invadir as contas das redes sociais da vítima, com a intenção de obter conversas privadas”.
“Eu zero você em tudo na cidade, qualquer setor que você tiver eu te zero, setor até privado”, declarou Nabuco, em mais uma gravação, “utilizando um tom de voz ameaçador”, segundo o investigador.
Além desses áudios, Luciene pediu à comissão para que sejam solicitadas, ao Judiciário, outras provas que estão sob sigilo, em ação do Ministério Público. Ela também indicou quatro testemunhas para serem ouvidas no processo.