O primeiro dia do novo sistema do transporte coletivo de São Sebastião, nesta terça-feira (6), foi marcado por protestos de usuários, inconformados com aumento nas tarifas e alterações nas linhas. As mudanças obrigam tomar dois ou até três ônibus para chegar ao destino.
Os passageiros foram para os pontos de embarque sem saber os horários, que foram publicados, no site da empresa, somente por volta das 21h de segunda (5), véspera da implantação do sistema. Não houve divulgação nas redes sociais.
Quem não possui cartão do transporte, chegou a desembolsar até R$ 23 no percurso de ida e volta. Há diversos relatos de pessoas que chegaram atrasadas no trabalho, ou que perderam compromissos em função das mudanças no transporte.
Em meio ao caos, o prefeito Felipe Augusto pediu paciência. Garantiu que “tudo está se transformando pra melhor”. “Transformações positivas para que você tenha o melhor transporte coletivo do litoral paulista”, disse ele.
A promessa é parecida com a que fez na chegada da Sancetur à cidade, em junho do ano passado. Na ocasião, Felipe disse que São Sebastião vivia “uma nova era no transporte público”.
O marketing da prefeitura criou até um slogan para o novo sistema: “mais ágil e justo para todos”.
Assim como em todas as lives do prefeito, ocupantes de cargos comissionados marcaram presença para lhe dar os parabéns. Mas dessa vez eles foram minoria nos comentários.
A live acabou servindo para que usuários manifestassem insatisfação. “Tenho dó dos professores, alunos e trabalhadores que precisam pegar ônibus. Prefeito alienado mesmo. E mais alienados são os que estão dando parabéns”, comentou um deles.
“Hoje foi um caos, show de horrores. Senhores de idade aguardando ônibus de linha que não existe mais, viagem mais demorada. Tive que descer do ônibus, aguardar mais 50 minutos e pagar outra passagem”, reclamou mais um.
Houve também quem lembrasse dos créditos do antigo cartão da Ecobus. Um ano e meio depois, os valores ainda não foram devolvidos aos usuários. Parte deles briga na Justiça para não ficar no prejuízo.
O secretário de Segurança, Emerson Elias, foi o escalado do governo para dar explicações à TV Vanguarda. Questionado sobre aumento na tarifa, o secretário preferiu chamar de “readequação”.
As tarifas que custavam R$ 3,80 subiram para R$ 4,50. As linhas com tarifa a R$ 2 tiveram reajuste para R$ 2,50. Já na linha Costa Sul-Centro houve redução de R$ 5,20 para R$ 4,50.